 O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), afirmou que o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) teria escolhido se tornar “aliado prioritário do bolsonarismo”. O comentário foi durante uma entrevista ao programa Canal Livre, da Band, quando Elmano foi questionado sobre o afastamento do pedetista do irmão, o senador Cid Gomes (PSB), e da rejeição dele em apoiar candidatos escolhidos por Lula. “Em relação ao Ciro, não temos como estar juntos porque ele resolveu ser aliado prioritário do bolsonarismo no Ceará”, disse Elmano. “Ele fez isso na eleição de Fortaleza; no segundo turno, apoiou o candidato do bolsonarismo a prefeito [André Fernandes]. E ele acaba de anunciar apoio ao senador do Bolsonaro no Ceará [Alcides Fernandes] para talvez ter em troca o apoio do bolsonarismo a ele ou a quem ele apoie para o governo do estado. Lamento muito. A trajetória dele não merecia isso”, completou. Na fala, o governador fez referência à disputa municipal do ano passado, quando Ciro se posicionou contra Evandro Leitão, escolhido pelo PT que venceu o pleito no segundo turno, e declarou apoio ao candidato bolsonarista, o deputado federal André Fernandes (PL). Já na semana passada, o parlamentar elogiou Ciro em um discurso realizado na Câmara Municipal de Fortaleza e, em troca, o pedetista anunciou apoio à candidatura no Senado do pai de André, Alcides Fernandes, em 2026, Cid, por sua vez, se aproximou da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tornando-se um dos principais aliados do governo federal no Senado e também apoiador da gestão de Elmano no Ceará. “Do ponto de vista familiar, espero que os irmãos se entendam. Pelo que sei, eles têm buscado conversar. Politicamente, minha relação com Cid é muito boa, ele tem reafirmado que apoia nossa possível candidatura à reeleição. Eu o conheço há anos, ele tem muita palavra. Tenho a tranquilidade de que estamos e estaremos juntos”, disse o governador. Apesar do afastamento, Cid declarou, há duas semanas, que apoiaria uma eventual candidatura de Ciro à presidência no — hipótese que, nos bastidores, tem sido negada por ele. Em nota, o senador afirmou que o irmão “reúne todas a condições de disputar” novamente o cargo. Na última disputa presidencial, ele ficou em quarto lugar, perdendo espaço no segundo turno para Lula e Bolsonaro.
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