DAVOS (Reuters) – O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, respondeu “fala sério, fala sério” na quarta-feira, quando lhe perguntaram em Davos se ele estava preocupado com a possibilidade de invasão dos Estados Unidos depois que o presidente Donald Trump disse que retomaria o Canal do Panamá. Mulino se recusou a responder a outras perguntas depois de falar em uma sessão de painel que abordou as “falhas” da América Latina na reunião anual do Fórum Econômico Mundial no resort suíço. Em seu discurso de posse na segunda-feira, que invocou a doutrina expansionista do século 19 do “Destino Manifesto”, Trump repetiu sua aspiração de que os Estados Unidos retomassem o canal, que é uma rota fundamental para o transporte marítimo mundial. Trump não deu mais detalhes sobre quando ou como pretende recuperar o canal — que é o território soberano de um aliado — mas já se recusou a descartar o possível uso de força militar, atraindo críticas de amigos e inimigos latino-americanos de Washington. Ele também repetiu acusações anteriores contra o Panamá de não cumprir as promessas feitas para a transferência final da hidrovia estratégica em 1999 e de ceder sua operação à China, alegações que o governo panamenho negou veementemente. Mulino disse no X na segunda-feira que o Panamá tem administrado o canal de forma responsável para o comércio mundial, inclusive para os Estados Unidos, e que ele “é e continuará sendo panamenho”.
|