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Economia

“Garoto-propaganda”: WSJ cita Brasil como exemplo negativo de protecionismo

- 13/04/2025 4 Visualizações 3 Pessoas viram 0 Comentários
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Uma reportagem do jornal americano The Wall Street Journal destacou o Brasil como um exemplo negativo das consequências do protecionismo, política atualmente defendida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O artigo, publicado neste sábado (12), argumenta que as altas tarifas impostas pelo Brasil, que visam proteger empregos locais, acabam por elevar os custos para os consumidores e sufocar a concorrência, resultando em uma indústria doméstica ineficiente.

“Brasil fornece uma visão de um sistema econômico semelhante à visão do presidente Trump de impor as maiores tarifas em décadas sobre quase todos os países. A política de proteção do Brasil, da era da Segunda Guerra Mundial, manteve alguns empregos em casa, mas também aumentou os custos para os consumidores e, segundo economistas, sufocou a concorrência e a inovação”, diz a reportagem.

O jornal americano observa que, embora as tarifas possam garantir “alguns empregos”, elas também encarecem produtos importados.

Por exemplo, veículos importados com motor a combustão enfrentam uma taxa de 35% no Brasil na forma de Imposto de Importação, o que eleva significativamente os preços.

Essa situação leva muitos brasileiros a viajar para o exterior em busca de melhores ofertas, o que, segundo a reportagem, resulta em voos frequentemente atrasados devido ao excesso de bagagem.

Além disso, a reportagem aponta que a política protecionista do Brasil não apenas aumenta os custos para os consumidores, mas também inibe a inovação e a concorrência.

O Wall Street Journal cita o exemplo do iPhone 16 fabricado no Brasil, que custa quase o dobro do modelo produzido na China e vendido nos Estados Unidos por US$ 799.

Para o jornal, essa disparidade de preços reflete uma economia que, mesmo com recursos naturais abundantes, não consegue competir eficientemente no mercado global.

O jornal também destaca a queda da participação da manufatura no PIB brasileiro, que caiu de 36% em 1985 para apenas 14% atualmente, no que o Wall Street Journal chama de “o pior exemplo de ‘desindustrialização prematura’ no mundo”: “A estratégia de proteção tarifária fez pouco para aumentar a produção industrial do Brasil. Pelo contrário, ela diminuiu a produtividade e levou a alguns notórios escândalos de fixação de preços, segundo economistas”

Essa estagnação econômica é acompanhada por uma produtividade que, em 2024, foi medida em menos de um quarto da produtividade de um trabalhador norte-americano: “As empresas americanas, em geral, se beneficiam de uma infraestrutura melhor do que a do Brasil, burocracia comparativamente menor e um código tributário mais simples.”

A reportagem sugere que o Brasil, ao confiar no consumo interno durante crises, acabou gerando uma cultura de complacência e protecionismo que resulta em bens mais caros para os consumidores.

O Wall Street Journal conclui que a experiência brasileira serve como um alerta para os Estados Unidos, à medida que Trump considera aumentar tarifas em uma tentativa de reverter a desindustrialização.

O artigo enfatiza que, embora o Brasil tenha um vasto mercado interno, sua dependência do consumo doméstico pode ser tanto uma bênção quanto uma maldição, limitando sua influência e crescimento no cenário econômico global.




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