![]() Em editorial publicado nesta segunda-feira (2), o jornal O Estado de S. Paulo fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acusando-o de usar obras públicas no Nordeste como palanque eleitoral e de se apresentar como uma espécie de enviado divino. Intitulado implicitamente com a expressão “Profeta de Araque”, o texto fustiga a retórica do petista durante eventos recentes de inauguração de trechos da transposição do Rio São Francisco. Segundo o editorial, Lula transforma ações de governo em atos de campanha e utiliza uma linguagem messiânica para promover sua imagem entre o eleitorado mais pobre. O jornal cita o discurso do presidente em Cachoeira dos Índios (PB), onde Lula declarou que “Deus deixou o sertão sem água porque Ele sabia que eu ia ser presidente da República e que eu ia trazer água para cá”. Para o Estadão, esse tipo de declaração simboliza um “populismo adornado de referências religiosas” e revela um presidente “em estado bruto”, preocupado em recuperar popularidade e garantir apoio para a disputa de 2026. O jornal afirma ainda que, mesmo diante do desgaste com parte do eleitorado nordestino, Lula insiste em “governar pelo palanque”. A crítica do Estadão ocorre em um momento em que a desaprovação ao presidente atinge seu maior índice desde o início do mandato. Segundo pesquisa Latam Pulse, da AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, divulgada na última sexta-feira (30), 53,7% dos brasileiros desaprovam o desempenho de Lula, enquanto 45,4% aprovam. O levantamento também apontou que a avaliação negativa do governo aumentou após a divulgação de um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que abalou a imagem da administração petista. A corrupção passou a ser percebida como o principal problema do país, superando a criminalidade. “Lula lembra à plateia dócil de militantes e moradores escolhidos a dedo que a obra em questão é esperada há 179 anos”, diz o texto, que também aponta a insistência do presidente em prometer crédito facilitado, gás de cozinha barato e financiamento de motos em eventos públicos. O editorial sustenta que o presidente e seus aliados cultivam a ideia de que “o Brasil gira em torno de Lula” e que sua figura seria essencial para livrar o país do “mal maior”, o bolsonarismo. O jornal ironiza esse raciocínio como parte da “teoria lulocêntrica”. Em tom ácido, o texto conclui que, mesmo com iniciativas meritórias, como programas sociais, o governo petista cobra um preço alto em forma de demagogia e ineficiência. “O PT de Lula, que esteve no poder em 15 dos últimos 22 anos, já se provou simplesmente incapaz de realizar os milagres que seu profeta de fancaria anuncia”, finaliza o jornal. |
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