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Economia

“Shutdown” ameaça atrasar dados-chave dos EUA e aumenta incerteza sobre economia

- 29/09/2025 5 Visualizações 5 Pessoas viram 0 Comentários
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O Congresso caminha para uma paralisação do governo federal que pode privar autoridades, líderes empresariais e investidores de dados essenciais para avaliar a economia dos Estados Unidos.

Muitas operações federais serão suspensas e funcionários não essenciais afastados ou demitidos caso não haja acordo até o fim do atual ano fiscal, na terça-feira. Isso deve atrasar a divulgação de indicadores de referência, principalmente o relatório de empregos do Departamento de Estatísticas de Trabalho (BLS, na sigla em inglês).

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Diante da incerteza sobre os efeitos das políticas do presidente Donald Trump na economia americana, estatísticas oficiais de emprego, inflação e consumo tornam-se ainda mais relevantes. Qualquer adiamento pode prejudicar decisões de política econômica, como a de cortar novamente os juros pelo Federal Reserve na reunião do próximo mês.

“Você não quer voar às cegas em um ambiente de neblina”, disse Gregory Daco, economista-chefe da EY-Parthenon.

Se o governo fechar após 30 de setembro, o primeiro grande relatório afetado será o de emprego do BLS, previsto para 3 de outubro. Na sequência, o índice de preços ao consumidor será o próximo na fila, enquanto os relatórios de vendas no varejo e de construção residencial do Census Bureau também correm risco de atraso.

O Fed reduziu os juros em setembro pela primeira vez no ano, diante de sinais de desaquecimento do mercado de trabalho. Agora, autoridades acompanham de perto qualquer indício de piora.

O Departamento do Trabalho, responsável pelo BLS, publicou diretrizes confirmando que a agência suspenderá operações e coleta de dados durante a interrupção orçamentária. Todos os relatórios agendados, como o de emprego mensal, deixariam de ser divulgados.

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Em 2013, a divulgação do relatório de emprego e do CPI foi adiada devido a um shutdown. Em 2018-2019, o fechamento do governo não afetou a publicação dos principais dados porque havia recursos garantidos.

Haverá ainda dados privados, menos abrangentes, mas disponíveis, como a pesquisa de folha de pagamento da ADP Research e as vendas de imóveis existentes da National Association of Realtors.

O Fed volta a se reunir em 28 e 29 de outubro, e será mais difícil justificar um novo corte de juros sem os números oficiais, disse Stephen Stanley, economista-chefe do Santander US Capital Markets. Parte das autoridades já se mostra reticente e prefere esperar mais evidências.

“Existem dados privados e os dirigentes do Fed podem recorrer a seus contatos para ter uma noção do quadro, mas fica mais difícil sem os números agregados que costumamos usar”, afirmou Stanley.

Um shutdown não levará a economia americana à recessão, mas terá custo e aumentará a incerteza já enfrentada por empresas, disse Neil Bradley, diretor de políticas da Câmara de Comércio dos EUA.

“Ao prolongar esse impasse, precisamos entender que estamos minando a economia e reduzindo o crescimento ao aumentar a incerteza”, disse Bradley em um webinar em 23 de setembro.

©️2025 Bloomberg L.P.




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