O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu, pela sexta vez consecutiva, a taxa Selic em 0,50 ponto percentual – agora para 10,75% ao ano. Na visão do mercado, o ciclo de cortes aumenta a atratividade de ativos de renda variável – inclusive das ações de dividendos.

Atualmente, 16 empresas apresentam dividend yield (taxa de retorno com dividendos) acima, por exemplo, da taxa de 10,65% do CDI (certificado de depósito interbancário) – que acompanha a variação da Selic.

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O número é maior do que os 12 observados em fevereiro e faz parte de levantamento do InfoMoney com dados da Economatica, que considerou 120 papéis presentes no Ibovespa, Índice de Dividendos (Idiv) e Índice Brasil 100 (IBrX).

Além disso, o estudo apresenta o dividend yield projetado das ações, uma estimativa do rendimento de uma ação apenas com o pagamento de dividendos. Em resumo, a métrica só é válida se a empresa tiver lucro igual ou superior ao dos últimos 12 meses e continuar com a mesma política de distribuição de dividendos.

No levantamento, a Metal Leve (LEVE3) aparece com o maior dividend yield em 12 meses, de 34,84%. Na sequência vêm as ações preferenciais e ordinárias da Petrobras (PETR4 e PETR3), com 31,61% e 28,16%, respectivamente.

Confira a lista completa das ações que pagaram dividendos acima do CDI nos últimos 12 meses e o respectivo dividend yield projetado.

Especialistas como Raony Rosseti, CEO e cofundador da Melver, lembram ao investidor que a escolha de uma ação vai além do dividend yield – que reflete resultados passados da empresa. É preciso observar outros fatores, sugerem.

“É preciso olhar para a conjuntura econômica, relevância do setor no momento, posicionamento da companhia, entre outros fatores”, pondera Rosseti. “Afinal, estamos falando de renda variável e vários elementos influenciam no comportamento das ações”, explica.

Quanto R$ 50 mil rendem em dividendos?

Tomando como base apenas o dividend yield, o investidor que alocou R$ 50 mil em uma das ações que pagam dividendos acima da taxa do CDI teria recebido, ao longo dos últimos 12 meses, entre R$ 5,8 mil (LAVV3) a R$ 17,4 mil (LEVE3) – só de dividendos, como mostra a tabela abaixo:

Rosseti reforça que resultado passado não é garantia de ganhos futuros, mas admite estar otimista com a expectativa para quem investe com foco em dividendos.

“A taxa de juros, que foi reduzida em mais 0,5 ponto percentual, está caminhando para casa de um dígito e isso é muito bom”, pontua. “O custo da dívida diminui com a queda dos juros e isso permite mais capital disponível para novos investimentos”, explica.

O especialista destaca que empresas tendem a crescer com um custo de capital menor, entregando melhores resultados financeiros e, consequentemente, dividendos maiores.