IMG-LOGO
Geral

3 gráficos que resumem a virada do mercado após Trump adiar tarifas por 90 dias

- 09/04/2025 3 Visualizações 3 Pessoas viram 0 Comentários
image 1

Mais um dia de fortes emoções para o mercado, que se intensificaram a partir das 14h15 (horário de Brasília, ou 13h15 em Nova York), com as bolsas disparando e as moedas pelo mundo apresentando movimentos opostos ao que registravam durante a manhã.

O motivo para isso? A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de colocar em vigor, por 90 dias, apenas a tarifa mínima de 10% para os países que não retaliaram os Estados Unidos, com exceção da China, que teve a tarifa elevada de 104% para 125%.

Isso abriu espaço para uma recuperação imediata do Ibovespa (+3%) e das bolsas de Nova York (Nasdaq, +12%), sob duas interpretações. A primeira, de que a flexibilização afasta as chances de uma recessão na maior economia do mundo. A segunda, de que o governo americano estaria disposto a se sentar para negociar com a China – e esta ganhou ainda mais força após o próprio Trump afirmar que “um acordo será feito com a China e com todos os países”.

Oportunidade na renda fixa internacional: acesse gratuitamente a seleção mensal da XP para investir em moeda forte

O Ibovespa fechou em alta de 3,12%, aos 127.795,93 pontos, e o ganho na carteira foi quase generalizado – de 87 papéis, 85 subiram, com exceção de Automob (AMOB3) e CPFL (CPFE3) Energia, que fecharam estáveis.

Depois de uma manhã de indefinição para o principal índice da B3 que titubeava entre altas e baixas, comunicações de Trump deram um norte firme para as bolsas globais: de alta. Primeiro veio a flexibilização na política tarifária de Trump para países que não retaliaram os EUA por 90 dias, que reforçou a possibilidade de que a maior economia do mundo pode não enfrentar uma recessão econômica – tema de atenção para o mercado financeiro, segundo o analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman. “A política tarifária dos EUA será determinante sobre se os EUA enfrentarão uma recessão, ou não, no segundo semestre”, avalia.

Leia também
image 2

Trump disse que hoje que era um “ótimo momento para comprar”. No fim, estava certo

Como uma postagem nas redes sociais fez o rumor de segunda virar a notícia da quarta

image 3

“As pessoas estavam ficando um pouco assustadas”, diz Trump após pausa nas tarifas

Presidente também negou que a suspensão tenha sido motivada pelo desempenho do mercado de títulos nesta semana

Foi “um recuo importante do Trump com a implementação de tarifas recíprocas, e os mercados reagiram positivamente”, resume o economista Rodrigo Ashikawa, da Principal Asset Management.

Com isso, as bolsas de Nova York interromperam uma sequência de quatro dias de queda e tiveram uma forte valorização. O S&P 500 disparou 9,52%, a terceiro maior alta desde a Segunda Guerra Mundial para o principal índice do mercado de ações, de acordo com a FactSet.

Já o Dow Jones Industrial Average avançou 2.962,86 pontos, ou 7,87%, registrando seu maior avanço desde março de 2020. O Nasdaq Composite saltou 12,16%, registrando seu maior salto em um dia desde janeiro de 2001 e o segundo melhor dia de todos os tempos.

Confira no gráfico abaixo a virada dos mercados americanos e brasileiro (em base normalizada):

image 4
Desempenho dos mercados em 9 de abril de 2025 (Imagem: Workspace/Reuters)

Câmbio

A reação também pode ser observado no mercado de câmbio. Após flertar com R$ 6,10 pela manhã, o dólar recuou e fechou a R$ 5,84 com a trégua de Trump.

No fim da sessão, o dólar à vista era negociado a R$ 5,8473, em queda de 2,52%. A moeda interrompeu uma sequência de três pregões de alta, em que acumulou valorização de 6,57%. Apesar do escorregão nesta quarta-feira, o dólar ainda apresenta ganhos de 2,49% em abril.

O acirramento da guerra comercial avivou os temores de recessão americana e global, empurrando os preços das commodities para baixo, com o barril do petróleo operando abaixo da linha de US$ 60. Também jogava contra as moedas latino-americana a perspectiva de enfraquecimento do yuan, medida utilizada pela China para amenizar o efeito do tarifaço de Trump.

“As moedas emergentes, principalmente as da América Latina, refletem muito a dinâmica das commodities, que estavam em queda livre pela manhã”, afirma o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi. “Vale destacar que os investidores veem o Brasil com um substituto a ativos da China. No dia em que a China sofre e o yuan se deprecia, o real também cai.”

A maré virou após o presidente dos EUA fazer o anúncio sobre a pausa nas tarifas. Por outro lado, a mensagem de Trump fez o dólar ganhar terreno em relação a pares como o euro e iene japonês, mas perder força na comparação com as divisa emergentes e de países exportadores de commodities, com destaque para o real, os pesos mexicano e colombiano, além do rand sul-africano.

O índice do dólar DXY, que mede a moeda em relação a uma cesta de pares, apreciava 0,11%, para 102,88, se recuperando de perdas de mais cedo.

Confira a reação do dólar frente o real e frente moedas de mercados desenvolvidos na sessão:

image 5
Desempenho entre Dólar X Real e Dólar versus moedas de países desenvolvidos (DXY); Imagem: Workspace/Reuters

Petróleo

No mercado de commodities, a reação foi imediata no mercado de petróleo. Os preços da commodity fecharam com alta de mais de 4% nesta quarta-feira, recuperando-se das mínimas de quatro anos registradas no início da sessão.

image 6
Desempenho do contrato futuro do brent em 9 de abril de 2025 (Imagem: Workspace/Reuters)

Os contratos futuros do Brent LCOc1 fecharam com alta de US$ 2,66, ou 4,23%, a US$ 65,48 por barril. Os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate dos EUA (WTI) CLc1 fecharam em alta de US$ 2,77, ou 4,65%, a US$ 62,35. Ambos os contratos perderam cerca de 7% no início da sessão, antes da reversão.

“Chegamos a um ponto de inflexão no conflito comercial, com Trump dando aos países que demonstraram desejo de trabalhar em um acordo para se livrar das tarifas algum tempo para resolvê-lo”, disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group.

Incerteza ainda é palavra de ordem para os mercados, em meio à tamanha volatilidade com os anúncios de Trump. Porém, o dia terminou com mais alívio para os investidores.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)




Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados *