![]() Após o real ganhar sobrevida com falas do presidente da República, o dólar até recuou na sessão de sexta-feira (5), mas a volatilidade da última semana deixou qualquer investidor inseguro. Afinal, o que pode acontecer daqui para a frente com a moeda americana? E, sobretudo, o que fazer para se proteger – e até lucrar – diante desse cenário? A resposta à primeira pergunta ganhou novos contornos na sexta-feira (5), com a divulgação do payroll, que mostrou criação de 206 mil novas vagas de trabalho nos Estados Unidos fora do setor agrícola em junho, acima das 190 mil esperadas Segundo especialistas, o número indica que o dólar pode ser favorecido por um efeito de “última chance” para aproveitar rendimentos nas alturas antes que os juros caiam, Graziela Ariosi, estrategista-chefe da Swiss Capital Invest, comenta que o resultado “pode atrair investimentos de volta aos EUA e reduzir a liquidez nos mercados emergentes, incluindo o Brasil”. “O fluxo continua indo para a economia mais segura do mundo, pressiona a valorização do dólar e impacta o IPCA, o que, consequentemente, dificulta a queda da Selic”, analisa Felipe Vasconcellos, sócio da Equss Capital. O real, portanto, não deverá ter vida fácil em 2024, mesmo após já ter registrado o pior desempenho do primeiro semestre em uma cesta com 33 divisas, ficando atrás inclusive de de peso argentino, lira turca e peso mexicano. Veja três investimentos para se sobreviver à turbulência que ainda pode vir pela frente. 1. Títulos de inflação em dobro“O aumento do dólar pode gerar impactos na inflação devido ao pass through, termo econômico que fala sobre o repasse dos movimentos na taxa de câmbio para os preços de bens e serviços”, explica Renzo Agresta, CFA, especialista em investimentos. Considerando o efeito na inflação, ativos com remuneração atrelada ao IPCA, que vêm sendo recomendados há meses, se destacam na estratégia de proteção cambial. Afinal, se o dólar seguir forte e a inflação subir, o investidor estará protegido, mas se a divisa americana perder força ante o real e os juros recuarem, ainda é possível lucrar com a venda antecipada de um título comprado enquanto as taxas estavam mais altas. Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, cita o Tesouro IPCA+ e CDBs atrelados à inflação como boas opções para o momento. Já Thiago Pedroso, responsável pela área de renda variável da Criteria, destaca as debêntures isentas de Imposto de Renda que pagam entre IPCA+6% e IPCA+7%. No crédito privado, alerta Lima, a dica é evitar empresas com altas dívidas em dólares, “especialmente se não tiverem receita em moeda estrangeira para contrabalancear essa exposição, o que pode aumentar o nível de inadimplência”. 2. De volta ao CDIO investidor também precisa colocar na conta a possibilidade de os juros no Brasil ficarem altos ou até subirem para controlar a inflação. Nesse contexto, reforçar a parcela de títulos atrelados à Selic ou CDI na carteira pode aumentar a segurança do portfólio. Os prefixados não são recomendados para esse cenário: “se os juros subirem, os preços desses títulos tendem a cair, resultando em perdas de capital para o investidor que precisar vender antes do vencimento”, diz Sidney Lima. 3. Recorra ao dólarPor fim, investir em títulos de renda fixa nos Estados Unidos também é uma maneira de proteger o patrimônio, adicionando uma parte da rentabilidade da carteira em moeda estrangeira. “Existem empresas (brasileiras) que emitem títulos com retorno em dólar, caso das exportadoras, como a JBS; mas, para quem já investe lá fora, há uma infinidade de opções”, comenta Pedroso. Os títulos de dívida emitidos pelo Tesouro americano (Treasuries), são recomendados pelos especialistas. O rendimento desses ativos varia, hoje, entre 4,2% ao ano e 5,38% em papéis com vencimento de um mês a 30 anos. |
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