Low cost. Para os viajantes mais assíduos, esse termo talvez já faça parte do vocabulário. De uns tempos pra cá, essas cias aéreas estão decolando em grande estilo.
Como o próprio nome sugere, as companhias aéreas low cost são empresas que oferecem voos a preços mais baixos em comparação às tradicionais empresas do setor, sendo uma alternativa para viajantes que buscam economizar.
Por que são mais baratas?
? Operações enxutas. Muitas dessas companhias operam com uma frota padronizada ? apenas um modelo de aeronave ? o que reduz os custos de manutenção e treinamento.
? Aperta que cabe. Os bancos costumam ser mais apertados e não-inclináveis, e não há classe executiva. Com isso, chega a ser possível ter até 20% mais passageiros do que em aviões de mesmo modelo.
???? Menos serviços a bordo. Ao eliminar ou cobrar separadamente por serviços como refeições, entretenimento e bagagem despachada, elas conseguem reduzir seus custos operacionais.
? Aeroportos secundários. Muitas vezes, essas companhias optam por operar em aeroportos menores ou secundários, onde as taxas aeroportuárias tendem a ser mais baixas. Além disso, os voos são em um mesmo continente.
? Vendas diretas. Ao vender passagens diretamente ao consumidor, sem intermediários, elas economizam em comissões e outros custos associados.
Esses são algumas das principais razões pelas quais as cias aéreas low cost conseguem oferecer preços menores, que atraem cada vez mais viajantes. O que mostra isso é o crescente market share dessas empresas:
Esse modelo de negócio foi desenvolvido nos anos 1970, pela Pacific Southwest Airlines, que operava voos domésticos nos EUA.
No final da década de 1990, algumas cias europeias adotaram o modelo. No velho continente, ganharam muita popularidade, com players como Ryanair e EasyJet. Nos anos 2000, o modelo chegou à Ásia, onde estão muitas das melhores empresas do mundo no setor.
É sobre proposta de valor ?
No fim das contas, tem tudo a ver com isso. Essas companhias são focadas no custo, em manter seus gastos baixos para poderem cobrar mais barato. Além disso, apostam muito em melhorar a eficiência operacional, através de estratégias como:
- (i) Reduzir tempo entre um voo e outro;
- (ii) Focar em voos mais curtos;
- (iii) Operar com times mais enxutos; e
- (iv) Ter aviões mais novos para otimizar o uso de combustível e reduzir as despesas com manutenção.
No fim das contas, tudo que vai além de levar os passageiros do ponto A ao ponto B é deixado de lado.
A proposta de valor é diferente do que as empresas tradicionais do setor oferecem. Tanto é que, há cerca de duas décadas, a Lufthanza adquiriu a low cost Eurowings para também atuar nesse tipo de voo.
Se parar pra pensar, é melhor trazer a inovação para dentro do que correr o risco do modelo se tornar uma ameaça para o que seu negócio tradicionalmente sempre fez.
? Por outro lado? Essas empresas também enfrentam vários desafios, como volatilidade dos preços do combustível, manter a qualidade do serviço, recursos humanos limitados, rede de rotas menor e outros. Não vai achando que é tudo um mar de rosas?
E no Brasil? ??
Historicamente, as companhias aéreas low cost não dão certo no Brasil. Isso pode ser explicado pelo fato de que outros mercados, como o europeu, tem muito menos regulações do que o brasileiro, além de impostos menores e legislação trabalhista mais flexível.
No meio do ano passado, a colombiana Viva se tornou a primeira empresa ultra low cost a operar no Brasil. Mas? Logo no início deste ano, suspendeu todas as operações, alegando problemas financeiros.
Recentemente, surgiram outras duas: A dominicana Arajet e a britânica Virgin Atlantic, ambas oferecendo uma rota internacional entre SP e seu país de origem. Será que dessa vez vai dar certo?
Quem vale mais, Booking ou Airbnb? ?
Quem escolheu a primeira opção acertou. Com um valor de mercado de mais de US$ 100 bilhões, o Booking ? site de reserva de acomodações ? é a empresa de turismo online mais valiosa do mundo.