Após disparar mais de 9% em menos de 30 dias – chegando a atingir a marca de onze pregões consecutivos de ganhos, em meados do mês passado –, o Ibovespa, agora, neste começo de agosto, acelera seu movimento de correção, em linha com os mercados internacionais.

No pregão desta segunda-feira (5), o Ibovespa chegou a buscar a mínima, nos 123.073 pontos, mas reduziu suas perdas, passando a operar com queda de 0,6%, por volta das 14h20, aos 125.095 pontos. Do ponto de vista da análise técnica, o Ibovespa tende a retomar, assim, uma tendência de baixa no curto prazo.

“Vamos esperar o final do dia e os próximos pregões, para ver se isso se confirma, mas, a princípio, o Ibovespa está agora tecnicamente, pela análise técnica, mostrando um início ou reinício de um ciclo de tendência de baixa”, diz Rodrigo Cohen, analista técnico e embaixador da XP.

Cabe destacar que, no primeiro semestre deste ano, o Ibovespa fechou com queda acumulada de 7,66%, o pior resultado para um intervalo desde o primeiro semestre de 2020 e o quarto pior desde 2011. Isso aconteceu após atingir máxima histórica, em pontos, no final de dezembro de 2023.

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Análise técnica Ibovespa

Cohen destacou que o teste da média móvel de 200 períodos em 26 de julho foi um ponto crucial, seguido por uma tentativa de alta, que “falhou”, resultando em uma formação gráfica de ‘martelo invertido’, em 1º de agosto.

“Agora, o Ibovespa perdeu a média de 200 períodos e o fundo anterior, tecnicamente, iniciando uma tendência de baixa com topos e fundos descendentes,” explicou.

“Com o retorno ao canal de baixa [as duas linhas paralelas do gráfico acima] traçado desde a máxima do final do ano passado, o índice pode sinalizar uma queda,” complementa Cohen.

Correção

Para o analista técnico Guilherme Schrepel, da Investimentos 4YOU, após “romper o teto do canal de baixa”, neste momento, o Ibovespa encontra-se em fase de correção.

“O índice formou um topo na região de 129.657 pontos e está corrigindo em direção à média móvel exponencial de 200 períodos. Um cenário baixista se consolidaria com a perda do suporte em 123.073 pontos [mínima atingida nesta segunda-feira]”, avalia ele.

Segundo Schrepel, isso potencializaria, uma queda superior a 3%, podendo levar o Ibovespa aos 118.649 mil pontos. No entanto, acrescenta ele, espera-se uma movimentação lateral, com resistência em 125.850 e suporte em 124.350 pontos.

“Este contexto sugere uma estabilização do índice dentro dessa faixa (entre 125.850 e 124.350 pontos), sem tendência clara de alta ou baixa”, aponta.

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