IMG-LOGO
Geral

Antes do Copom, taxas de juros recuam com curva dos Treasuries e Powell ‘dovish’

- 01/11/2023 6 Visualizações 6 Pessoas viram 0 Comentários
image 1

Os juros futuros fecharam a sessão desta quarta-feira em baixa, com mínimas atingidas na etapa vespertina, acompanhando a reação da curva dos Treasuries às declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na entrevista após a reunião de política monetária, consideradas “dovish”.

É nesse clima mais leve que o mercado aguardou pelo desfecho do Copom, em especial as considerações dos diretores sobre os cenários fiscal e externo e a sinalização para os próximos passos. O imbróglio da meta de resultado primário para 2024 continua sendo monitorado, mas nesta quarta foi ofuscado pela reunião do Fed.

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,945%, de 11,083% no ajuste anterior. A do DI para janeiro de 2026 recuava a 10,81%, de 11,05% na terça, e a do DI para janeiro de 2027 caía de 11,23% para 11,01%. O DI para janeiro de 2029 tinha taxa de 11,37%, na mínima (11,58% na terça).

A curva americana ditou a dinâmica das taxas locais durante todo o dia. Inicialmente, foi influenciada pelo relatório trimestral de refinanciamento da dívida divulgado pelo Tesouro e, posteriormente, pelos eventos relacionados à decisão do Federal Reserve, que, como amplamente esperado, manteve os juros entre 5,25% e 5,50%.

O aumento das emissões trazido pelo relatório ficou abaixo do esperado e também do que havia sido recomendado pelo comitê consultivo. “Isso alivia a preocupação com a oferta crescente dos títulos, fator que vinha impulsionando o prêmio da T-Note de 10 anos desde o último relatório”, afirma James Reilly, economista de mercado da Capital Economics.

Depois do comunicado do Fed, os yields ampliaram um pouco a queda, na medida em que não houve novidades em relação ao texto anterior, de setembro, com o mesmo movimento sendo visto nas taxas locais. O que acelerou mesmo o ritmo de baixa das taxas tanto nos EUA como aqui foram as considerações de Powell, segundo as quais a instituição pode proceder de maneira cautelosa no processo de aperto, diante do nível alto de incertezas.

Para Ivo Chermont, economista-chefe da Quantitas Asset, Powell não fechou as portas para uma nova alta, mas a sensação é de que barra ficou bem mais alta para voltar a pensar em subir juros. “O mercado vai reduzir bastante a chance de nova alta em dezembro. Foi uma forma de encerrar o ciclo de maneira mais hawk, deixando a defasagem da política monetária trabalhar”, disse.

No fim do dia, a taxa da T-Note de dez anos projetava 4,76%, ante 4,89% na terça. Outra influência positiva para a curva local veio do câmbio, com o dólar fechando na casa de R$ 4,97.

O apetite ao risco vindo do exterior acabou se sobrepondo ao noticiário fiscal, nesta quarta novamente negativo. Desde a fala do presidente Lula na sexta-feira, a meta de zerar o déficit em 2024 vem se enfraquecendo e a percepção do mercado é que realmente está agonizando.

O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, Danilo Forte (União Brasil-CE), foi chamado ao Palácio do Planalto para reunião com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Simone Tebet (Planejamento) e com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, apurou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), para uma consulta sobre uma possível mudança na meta.

Defensor da manutenção do objetivo de zerar o déficit como previsto no texto arcabouço fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não estava presente no encontro.

Sobre o Copom, a aposta de corte de 0,5 ponto porcentual da Selic, para 12,25%, está consolidada há semanas. Bruna Centeno, sócia e especialista da Blue3 Investimentos, diz que há expectativa também pela avaliação dos diretores sobre o mercado de trabalho, após os dados fortes da Pnad Contínua, e que o texto deverá manter a indicação de nova queda de 0,50 ponto para a reunião de dezembro. “Para as reuniões seguintes, em 2024, há mais incerteza. Vamos ver se aparecerá algum sinal de moderação”, afirma.

IM Business
Newsletter
Quer ficar por dentro das principais notícias que movimentam o mundo dos negócios? Inscreva-se e receba os alertas do novo InfoMoney Business por e-mail.




Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados *