IMG-LOGO
Geral

Apagão cibernético trava sistemas e manda banqueiros de volta para casa pelo mundo

- 19/07/2024 4 Visualizações 4 Pessoas viram 0 Comentários
image 1

Banqueiros de Hong Kong e Dubai até a África do Sul e Londres foram pegos de surpresa pelo apagão cibernético global, que deixou alguns deles incapazes até de fazer login em sistemas de computador e impedindo outros de fazer negociações.

Alguns funcionários de bancos, incluindo JPMorgan, Nomura e Bank of America, não conseguiram fazer login nos sistemas de suas empresas nesta sexta-feira (19), com muitos se deparando com uma tela de erro azul. Na Haitong Securities, uma das mesas de operações ficou fora de ação por cerca de três horas. Na Noruega, o banco central disse que teria que realizar um leilão de liquidez do sistema bancário por e-mail e telefone devido a problemas com seu sistema online.

As interrupções estão ligadas a uma atualização de um programa de segurança cibernética da CrowdStrike amplamente usado que derrubou os sistemas da Microsoft. O CEO da CrowdStrike, George Kurtz, disse que a falha foi identificada e “uma correção foi implantada”, acrescentando que não se tratava de um ataque cibernético.

O problema atingiu sistemas de saúde, companhias aéreas e empresas, incluindo o McDonald’s.

“A dependência das instituições financeiras em relação a terceiros cresceu nos últimos anos”, disse Monsur Hussain, chefe de pesquisa de instituições financeiras da Fitch Ratings, em comunicado. “As economias de escala são atraentes, mas também podem trazer riscos sistêmicos.”

Os relatos dos impactos nas empresas são baseados em entrevistas com pessoas com conhecimento do assunto, que pediram para não serem identificadas discutindo informações que não são públicas.

O JPMorgan disse a alguns clientes do lado da compra que não era capaz de processar certas negociações. Mesmo quando o banco mais tarde mudou para seu servidor de backup, muitas pessoas em seu escritório em Hong Kong saíram para trabalhar de casa pelo resto do dia. Na Nomura, algumas das mesas de operações da empresa foram interrompidas, mas o banco desviou algumas negociações para PCs que estavam funcionando.

Um grupo de hedge funds, que dependem de bancos para executar e liquidar negociações, também enfrentou interrupções. Operadores disseram que estavam enfrentando problemas de conectividade e processamento. Os terminais da Bloomberg estavam operando normalmente.

Os funcionários do escritório da Balyasny Asset Management em Cingapura foram afetados, com a maioria dos computadores da mesa de negociação fora do ar e os funcionários incapazes de fazer login. O sistema ainda não havia sido restabelecido até o fim da tarde no horário local. A BlackRock foi prejudicada, mas os sistemas afetados estão começando a se recuperar.

O Capitec Bank Holdings, que tem sede na região vinícola de Stellenbosch, na África do Sul, e é o maior banco do país em termos de clientes, alertou que estava enfrentando problemas no sistema em todo o país. Uma série de funcionários do Commercial Bank of Dubai não conseguiu logar em seus computadores, forçando muitos banqueiros a adiar reuniões e apresentações. Alguns dos funcionários deixaram o escritório, enquanto outros esperavam que o problema fosse resolvido.

Representantes do JPMorgan, Bank of America, Haitong, Balyasny, BlackRock e Nomura se recusaram a comentar, enquanto um porta-voz do Commercial Bank of Dubai não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O London Stock Exchange Group também foi pego pela série de falhas técnicas. O serviço RNS da gigante da bolsa — o principal local que as empresas do Reino Unido usam para fazer anúncios de notícias regulatórias — passou por um problema que impediu que as notícias fossem publicadas em seu site, um problema que mais tarde disse ter sido resolvido. O serviço processa cerca de 350 mil anúncios por ano, e 75% de todas as notícias sensíveis ao preço têm origem no serviço.

“Estamos cientes do problema”, disse a Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido em um comunicado enviado por e-mail, acrescentando que está trabalhando com empresas individuais.

O Banco da Inglaterra está “monitorando a situação de perto e continuando a se envolver com empresas e outras autoridades”, disse em um comunicado. “Não há impacto nos sistemas do banco.”

O Deutsche Bank disse que seu portal de pesquisa foi impactado pela interrupção global e que muitos relatórios de pesquisa ainda estão aguardando publicação e distribuição, enquanto a S&P Global disse que estava enfrentando “problemas de serviço em várias plataformas globais, incluindo produtos de financiamento de títulos”, de acordo com um comunicado enviado por e-mail. A empresa não informou quais produtos, serviços ou dados específicos foram impactados.

O Banco Central Europeu até agora “não experimentou nenhum impacto direto e continuamos monitorando essa questão muito de perto”, disse um porta-voz. “A Supervisão Bancária do BCE está em contacto com quaisquer bancos que apresentem um relatório de incidentes cibernéticos de acordo com as orientações da supervisão.”

© 2024 Bloomberg L.P.




Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados *