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Após maior rali do pós-pandemia, Bolsa cai forte com blue chips: é apenas correção?

- 27/07/2023 18 Visualizações 18 Pessoas viram 0 Comentários
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As últimas sessões foram positivas para o Ibovespa, que atingiu na véspera a sua maior cotação nominal de fechamento desde 9 de agosto de 2021, aos 122.560 pontos.

Conforme destaca o TradeMap, o rali do Ibovespa no acumulado do ano até a sessão da véspera foi o maior no pós-pandemia, com o índice ficando apenas 6,28% abaixo da maior pontuação histórica nominal, atingida em 7 de junho de 2021, com o índice fechando a sessão a 130.776 pontos.

Entre o início em 23 de março de 2023 e até 26 de julho de 2023, o benchmark da Bolsa registrou valorização de 25,16% em 86 pregões.

Porém, já nesta quinta-feira (27), o benchmark da Bolsa passou a ter forte baixa, com pressão principalmente para as ações de commodities, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3;PETR4). Na mínima do dia, o índice chegou a 120.800 pontos, ou queda de 1,44%; já às 12h40 (horário de Brasília), a baixa é de 1,04%, a 121.290 pontos.

O dia negativo, para analistas, ocorre principalmente por um movimento de correção do índice.

“A Bolsa tem queda, mas não é relevante para a maioria dos papéis. A queda é mais forte para Petrobras, mas é uma baixa para o próprio setor de petróleo como um todo, enquanto a estatal também repercute o relatório de produção do segundo trimestre após a alta recente dos ativos (…) Também há uma cautela com o resultado financeiro da Vale, então é natural que tenha esse movimento, além da baixa do minério”, avalia Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.

No radar das blue chips, a Vale divulgará seu balanço após o fechamento, enquanto o minério de ferro teve um recuo de 1,91% em Dalian.

Ainda no radar, os investidores da Petrobras esperam pela nova política de dividendos a ser divulgada nos próximos dias e também de olho se haverá reajustes de preços de combustíveis pela empresa com o avanço recente dos preços do petróleo. Nesta quinta, o brent avança cerca de 1%, por volta de US$ 84 o barril, e se aproxima das máximas desde abril em meio ao cenário de aperto da oferta ofuscando possíveis altas de juros pelo Fed.

As ações do setor financeiro também caem, pesando no índice, diante da continuada preocupação com a possibilidade de o governo acabar com os juros sobre capital próprio (JCP) pelo governo.

Marco Monteiro, analista da CM Capital, avaliou à Reuters que o movimento do Ibovespa é natural após altas recentes. “É mais a correção de mercado, realização de lucros”, disse ele, observando que os últimos meses do Ibovespa vêm sendo positivos. Só em junho, o índice teve avanço de 9% e, neste mês, acumula ganhos de cerca de 2,5%.

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De acordo com Monteiro, essa correção é “saudável”, abrindo espaço para investidores tomarem posição em alguns papéis que subiram forte recentemente.

O Ibovespa teve forte alta nas últimas sessões principalmente impulsionado por empresas de commodities metálicas, como Vale, com alta de cerca de 10% no mês, diante de promessa de estímulo econômico na China, e ao fortalecimento da perspectiva de corte de 0,5 ponto percentual na Selic na semana que vem.

Além disso, cabe ressaltar, a percepção de risco diminuiu com a elevação do rating soberano do Brasil pela Fitch Ratings, na véspera, com o país ficando a dois passos de atingir o grau de investimento pela agência de rating, o que deve impulsionar o investimento no país.

Fatores a monitorar

No exterior, o Nasdaq é destaque de alta com ganhos de cerca de 1%, enquanto o S&P500 avança cerca de 0,5% e o Dow Jones opera próximo da estabilidade, com balanços trimestrais. Além disso, segue repercutindo nos mercados a decisão da véspera do Federal Reserve de elevar os juros em 0,25 ponto percentual, amplamente em linha com o esperado. Embora tenha deixado a porta aberta para mais ajustes na taxa de juros, a maioria do mercado acredita que o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos já acabou.

“A expectativa de que os juros nos EUA atingiram o seu pico e os bons resultados de empresas impactam positivamente os ativos de risco”, cita em relatório a MCM Consultores.

Além disso, o Banco Central Europeu (BCE) também atendeu às expectativas do mercado ao subir suas taxas de juros em 0,25 ponto nesta quinta-feira.

Por outro lado, cabe ressaltar que o dado acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que cresceu ao ritmo anualizado de 2,4% no segundo trimestre de 2023 (ante projeção de alta de 1,8% da Refinitiv), pode gerar mais incerteza sobre se este realmente é o fim do ciclo de altas pelo Fed.

No noticiário doméstico, atenção ainda para as últimas movimentações em importantes cargos econômicos, em meio a rusgas dentro do governo sobre a escolha de Marcio Pochmann para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com a visão de que o economista possui um perfil intervencionista, o que rendeu críticas à sua nomeação.

Nesta quinta, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que acatará o nome que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar para o comando do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que se reunirá, quando a agenda permitir, com Pochmann.

Tebet disse que Lula lhe informou que faria uma escolha pessoal para o IBGE, subordinado ao Planejamento, e disse que não faria julgamento prévio sobre Pochmann, que atualmente é o presidente do Instituto Lula. Ela assegurou que a discussão com o economista será técnica e que ele será tratado como um técnico.

(com Reuters)




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