A BRF (BRFS3) voltou a lucrar depois de sete trimestre consecutivos de prejuízos, e os resultados registrados entre outubro e dezembro inclusive superaram as expectativas do mercado. Agora, a empresa se prepara para colocar o pé no acelerador e voltar a crescer. A companhia liderada pelo CEO Miguel Gularte pretende investir tempo e recursos para ocupar toda a capacidade instalada disponível, principalmente no que se refere aos produtos acabados. A ideia é ampliar a produção, sem abrir mão de preços, para garantir margens mais atraentes. Ao longo de 2023, a companhia elevou os volumes comercializados. Impulsionada por sua linha de produtos comemorativos, a BRF registrou, no quarto trimestre, seu melhor desempenho no ano. Contudo, o volume de vendas ainda não foi capaz de bater a performance do quarto trimestre de 2022. Para Gularte, ter um parque industrial com capacidade ociosa não preocupa no momento. Em teleconferência com analistas, o executivo indicou que a demanda, tanto interna quanto externa, dá sinais de aquecimento. Além disso, a companhia conseguiu reduzir consideravelmente seus estoques. “Em 2023, tivemos uma tempestade perfeita. Tanto o mercado interno quanto o externo ficaram retraídos durante boa parte do ano, com momentos em que a oferta ficou acima da demanda. Esse cenário começou a ficar para trás apenas no fim do ano passado”, disse Gularte. Segundo Fabio Mariano, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da BRF, a companhia deverá investir em 2024 entre R$ 2,8 bilhões e R$ 3 bilhões, já incluindo as despesas financeiras. O aporte será nos mesmos patamares dos registrados em 2023. O mercado externo terá um peso importante na estratégia da BRF. Do ponto de vista da demanda, os 60 países para os quais a companhia está habilitada a exportar deverão garantir maiores possibilidades de distribuição dos produtos. Além disso, ainda que o Brasil colha uma menor safra de grãos neste ano, a oferta global será maior. Argentina e Paraguai estão ampliando sua oferta em 2024, enquanto os Estados Unidos não enfrentam problemas no desenvolvimento de suas lavouras. Ainda que os preços dos insumos se mantenham estáveis ao longo deste primeiro semestre, a BRF acredita que há espaço para custos ainda menores, especialmente na segunda metade do ano. |
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