Do casório à cadeira. Ontem, o ex-advogado de Lula e indicado pelo presidente ao Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, foi aprovado pelo Senado, por 58 a 18 votos.
Um longo dia: Zanin chegou por volta de 10h da manhã no Congresso e foi sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça, durando até o fim da tarde.
Em sua fala inicial, ele defendeu a democracia, a liberdade de expressão e ressaltou seus 25 anos como advogado e seus +600 processos julgados.
O grande tópico da sabatina
Ainda antes de abrir para perguntas, ele se defendeu dos adjetivos ?advogado de luxo? e ?advogado pessoal do Lula?, já adiantando que essa seria a grande questão da sabatina.
- Isso porque, por princípio, um ministro do STF precisa ser isento e impessoal em seus votos e decisões. Por ter sido advogado de Lula e do PT, muitos contestaram.
Inclusive, antes de ser indicado, o nome de Zanin chegou a ser alvo de críticas de parte da própria base de Lula, que disse em campanha que não indicaria amigos para a Suprema Corte.
Zanin, por sua vez, reconheceu a proximidade a Lula, mas argumentou que ela se dá apenas por conta da condição profissional. Ele ainda afirmou que os dois só se encontraram uma única vez neste ano, para o convite da indicação.
Defendendo a imparcialidade, ele reforçou que não votará em qualquer processo que tenha atuado como advogado. Se quiser aprofundar na sabatina, veja essa linha do tempo aqui.
Um reencontro curioso? A sessão também foi marcada pelo cara-a-cara do Zanin com o ex-juiz da Lava Jato e agora senador, Sergio Moro. Assista aqui às 14 perguntas do Moro e às respostas dadas em seguida.
Zanin poderá ficar durante 28 anos no cargo, até 2051. Ele assume a cadeira deixada por Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril ? e também foi uma indicação de Lula, em 2006.
Logo, 3 ministros do STF seguem sendo indicados pelo Lula, 4 pela Dilma, 2 pelo Bolsonaro, 1 pelo Temer e 1 pelo FHC. Veja a estrutura do Supremo aqui.
O que mais é destaque pelo país?