 O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, apresentou nesta terça-feira (12) o plano de choque econômico do novo governo, visando os gastos públicos e uma forte desvalorização cambial, na tentativa de neutralizar a pior crise econômica do país em décadas. Em um anúncio pré-gravado, Caputo disse que o peso argentino será enfraquecido para cerca de 800 pesos por dólar, dos cerca de 365 pesos por dólar atualmente. Além disso, as transferências discricionárias para as províncias serão reduzidas ao mínimo e as licitações de obras públicas serão suspensas. Caputo acrescentou que o governo do presidente libertário Javier Milei reduzirá os subsídios à energia e aos transportes, mas duplicará os gastos sociais para os mais pobres, numa tentativa de evitar um aumento da pobreza, já superior a 40%. Confira as medidas anunciadas: - Contratos de trabalho no Estado com menos de um ano não serão renovados.
- Fica decretada a suspensão das orientações oficiais do Governo Nacional nos meios jornalísticos por um ano.
- Ministérios serão reduzidos de 18 para 9, e as secretarias de 106 para 54, para reduzir os cargos hierárquicos na administração nacional em mais de 50%.
- Redução ao mínimo das transferências discricionárias do Estado Nacional para as províncias.
- Governo não lançará mais obras públicas e cancelará as licitações cujo desenvolvimento da obra não tenha sido iniciado.
- Subsídios às tarifas de serviços públicos e transporte serão reduzidos “Isto implicará um aumento nas contas de luz e gás, além das passagens de trem e ônibus que impactarão especialmente na Cidade e na Grande Buenos Aires”.
- “Planos Melhorar Trabalho” serão mantidos de acordo com o orçamento de 2023 e os planos sociais sem intermediários serão reforçados, como o Abono Universal para Crianças e o Cartão Alimentação.
- Taxa de câmbio oficial vai para os 800 dólares, o que implica uma desvalorização de 54%.
- Abertura de importações. “Vamos substituir o sistema de importação SIRA por um sistema estatístico e de informação que não exigirá aprovação prévia de licenças”, afirmou Caputo.
Hiperinflação na ArgentinaSegundo Caputo, a inflação ainda vai piorar nos próximos meses e que a escalada dos preços não pode ser reduzida. “Na Argentina gastamos mais do que arrecadamos. Funciona como em casa, se o país tiver que gastar mais do que arrecada, pede ao FMI, aos bancos ou ao Banco Central. Financiar este déficit com dívida gera problemas financeiros. Se for financiado com emissão do Banco Central, o valor do peso cai”, esclareceu. (Com Reuters e informações do Clarin e La Nacion)
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