Após as fortes altas vistas no fim de 2023, o Ibovespa recuou quase 5% em janeiro, para 127.752 pontos – em meio a um movimento natural de realização de lucros, mas também em função de turbulências no mercado internacional. O cenário mexeu com as carteiras recomendadas pelas principais corretoras, que trouxeram duas novidades entre as mais indicadas: Assaí (ASAI3) e Sabesp (SBSP3), ambas com quatro apontamentos. A liderança permanece com a Vale (VALE3), unanimidade desde dezembro em todos os dez portfólios analisados. Com metade das recomendações, a Vivara (VIVA3) ficou com a segunda colocação, à frente do Itaú Unibanco (ITUB4), com quatro apontamentos – mesma quantidade de Localiza (RENT3) e Petrobras (PETR4), que fecham a lista do mês. Confira as análises sobre cada empresa:
Todos os meses, o InfoMoney analisa as carteiras recomendadas por dez corretoras, apontando as cinco companhias mais indicadas. Em caso de empate, o número pode ser maior, como ocorreu neste mês. Veja as mais citadas, a quantidade de recomendações e os desempenhos de cada papel em janeiro e em 12 meses:
Acompanhe agora os destaques das empresas selecionadas para o mês, segundo os relatórios divulgados pelas corretoras. Assaí (ASAI3)“Estamos incluindo Assaí Atacadista em nossa carteira enxergando um melhor resultado no próximo trimestre, apresentando boa recuperação sequencial e gatilhos de valor no que diz respeito ao seu nível de SSS [vendas mesmas lojas] para 2024”, diz a Ativa Investimentos, que aposta ainda em uma redução da alavancagem e crescimento contínuo de 20% da receita anual. Sabesp (SBSP3)A Santander Corretora espera ainda melhoras no marco regulatório do setor e bons índices de reajuste nas revisões tarifárias da Sabesp, que volta à lista de mais indicadas. “Acreditamos que a potencial privatização em curso transformará a Sabesp em uma história de investimento ainda mais atraente e a colocará entre as poucas ações com forte potencial de valorização nos próximos anos”. Vale (VALE3)O Santander mantém visão positiva sobre os preços do minério de ferro no médio prazo, com cotações acima de US$ 100 a tonelada, principalmente pela restrição de oferta. “Embora reconheçamos que a tese de investimento da Vale continua altamente dependente da China, vemos os fundamentos que apoiam os preços do minério de ferro no curto prazo ainda sólidos, especialmente à medida que nos aproximamos de uma sazonalidade de produção mais fraca no Brasil e na Austrália”, diz a corretora. Vivara (VIVA3)Líder no varejo especializado em joias e relógios no Brasil, a Vivara é recomendação na Ágora por seu robusto crescimento de receita, com uma expansão média anual de cerca de 15% no período de 2023-2026, conforme estimativas. Analistas também citam uma boa dinâmica de curto prazo, avanço da área de vendas e perspectivas de lucros mais fortes – com um aumento anual de aproximadamente 21%, em média, no período. Itaú Unibanco (ITUB4)A instituição deixou dois portfólios recomendados, mas permanece entre os destaques, com quatro apontamentos. No começo da semana que vem, o banco divulga seus resultados em 2023 e a Ágora espera melhores tendências no crescimento dos empréstimos individuais e na qualidade dos ativos. “Esperamos que a receita de tarifas registre uma melhoria sequencial, impulsionada pela sazonalidade, enquanto as despesas operacionais podem sofrer uma ligeira pressão de maiores volumes, despesas de marketing e ajustes salariais.” Localiza (RENT3)A empresa de locação de automóveis registra quatro indicações no mês. Na avaliação da Ágora, o mercado de veículos seminovos deve melhorar gradativamente, acompanhando o cenário macroeconômico, o que pode impulsionar os papéis da Localiza. Os especialistas comentam ainda que as ações negociam atualmente a um preço/lucro (P/L) esperado para 2024 de aproximadamente 17 vezes, com desconto significativo frente à média de cinco anos. O múltiplo mostra a relação entre o preço em Bolsa e o lucro projetado. Quanto maior, em tese, mais cara está a ação. Petrobras (PETR4)A estatal de petróleo também figura em quatro portfólios selecionados e fecha a lista de destaques de fevereiro. Para o BTG, a Petrobras deve continuar superando seus pares em 2024, pois oferece múltiplos atraentes, e com potencial de expansão, ao passo que os principais riscos seguem diminuindo. “Um forte nível de produção, capex [investimento] reduzido e uma sólida governança corporativa sustentarão uma geração sólida de fluxo de caixa para o acionista em 2024, permitindo que a Petrobras pague dividendos atraentes, beneficiando tanto acionistas minoritários quanto majoritários.” |
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