![]() A Azul (AZUL4) deve protocolar nesta quarta-feira (28) um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, por meio do chamado Chapter 11, informou o jornal Valor Econômico na noite de terça (27), citando quatro fontes com conhecimento do assunto. A medida ocorre após a dívida da companhia alcançar R$ 31,35 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 50,3% em relação ao mesmo período de 2024. A Azul vinha enfrentando dificuldades para levantar recursos no mercado sem a proteção da Corte americana, tendo conseguido captar cerca de US$ 1,6 bilhão em negociações com credores e investidores. A aérea também atraiu o interesse de grandes empresas do setor: United Airlines e American Airlines devem investir entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões cada, conforme declarou o CEO da companhia, John Rodgerson, em entrevista à Folha de S. Paulo. A empresa foi procurada pelo InfoMoney e aguarda posicionamento. A decisão de buscar proteção judicial marca uma mudança na estratégia da empresa, que até recentemente negava qualquer intenção de acionar o Chapter 11. Fontes ouvidas pelo Valor apontam que o processo nos EUA oferece maior previsibilidade e transparência, facilitando a negociação com investidores internacionais. A Azul vinha tentando reorganizar seu balanço desde 2024, mas o cenário econômico instável, o câmbio volátil e a alta de tarifas nos Estados Unidos dificultaram as tratativas. A companhia encerrou o primeiro trimestre com R$ 655 milhões em caixa e equivalentes, redução de 51% frente ao mesmo período do ano anterior. Em paralelo, teve seu rating rebaixado pelas agências S&P e Fitch. Na última segunda-feira (26), o Bradesco BBI rebaixou a recomendação das ações da Azul de “outperform” para “marketperform”, citando o risco crescente de uma nova reestruturação financeira. O banco alertou para a fraca adesão à recente oferta de conversão de dívida e destacou a queima de caixa de R$ 313 milhões nas operações do primeiro trimestre, além da dependência de até R$ 2 bilhões em garantias governamentais ainda não liberadas. Além das finanças, a empresa enfrenta desafios operacionais, como escassez de aviões e motores. Para mitigar os efeitos, a companhia iniciou parcerias no modelo ACMI, que permite alugar aeronaves com tripulação estrangeira, com empresas como a portuguesa EuroAtlantic, operação que gerou contestação judicial do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). Agora, segundo o Valor, a Azul também negocia uma nova parceria com a Hi Fly, outra empresa portuguesa, para ampliar a capacidade operacional. |
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