![]() A última carta mensal da gestora brasileira Dynamo gerou bastante burburinho no Fintwit (comunidade do mercado financeiro no X, antigo Twitter). Ao longo de 11 páginas, a renomada casa criticou a gestão passiva e alertou que o investimento massivo em produtos da categoria, como ETFs (fundos de índice), poderia indicar perigo à vista. “A dúvida é o quanto mais espaço pode ocupar e se há limites para além dos quais o encanto pode virar abóbora, a mecânica do relógio de precisão poderia transformá-lo em artefato de autodestruição para todos ao seu redor”, escreveu a gestora. Leia também: Como investir em ETF? Uma briga antigaEm conversa com o InfoMoney, João Paulo Fernandes, CEO da Casa Investimentos, lembrou que a discussão sobre uma suposta bolha provocada pelos fundos indexados é recorrente nos mercados internacionais e já foi amplamente debatida pela academia e pelo setor financeiro. “Acho interessante que esse tema esteja sendo discutido aqui, pois mostra que o mercado está evoluindo”, comentou. No entanto, ele rebateu a ideia de que os fundos passivos possam estar criando uma bolha ou distorcendo o mercado. “Esse argumento não tem base empírica. Nos Estados Unidos, onde os ETFs representam mais de 50% dos ativos sob gestão, não há evidências de que eles tenham aumentado a volatilidade ou prejudicado a descoberta de preços”, falou. O que os números mostram?
Essa realidade não se limita ao Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, 84,71% dos fundos de gestão ativa não conseguem superar o desempenho do S&P 500, de acordo com dados do SPIVA. Na Europa, o cenário é ainda mais desafiador, com a porcentagem subindo para 92%. Já no Canadá e no Chile, o índice chega a 93%, reforçando a tendência global de dificuldades enfrentadas. Leia mais: Fundos com gestão ativa não batem ETFs, mostra professor de Harvard Vale informar, no entanto, que o Dynamo Cougar, fundo de ações da Dynamo, foge à regra. O produto superou o Ibovespa em diversos períodos. No prazo de 36 meses, por exemplo, o instrumento subiu 12,5%, enquanto o índice brasileiro caiu -3,1%. Em 120 meses, enquanto o produto da gestora registrou alta de 207,3%, o indicador nacional cresceu 168%. “É um dos outliers do mercado brasileiro”, escreveu o especialista em investimentos Geraldo Búrigo, no X. Apesar da disputa, Fernandes, da Casa Investimentos, acredita que a coexistência entre gestão ativa e passiva é essencial para o equilíbrio do mercado. “Há espaço para ambos os modelos”, afirmou, mencionando que, se os fundos passivos estivessem realmente criando ineficiências, os gestores ativos teriam um campo fértil para explorar. |
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