![]() O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) salvou em seu celular uma carta com pedido de asilo ao presidente da Argentina, Javier Milei, dois dias antes de passar duas noites na embaixada da Hungria, em fevereiro de 2024. Conforme a Polícia Federal, em pedido de indiciamento de Bolsonaro por coação no curso do processo da trama golpista, o conteúdo do arquivo encontrado em seu celular revela que o ex-mandatário “praticou atos para obter asilo político na Argentina”. A carta em questão foi salva no dia 10 de fevereiro, dois dias depois de Bolsonaro ter sido alvo de uma operação da PF, ocasião em que o seu passaporte foi apreendido. No dia 12 de fevereiro, ele foi à embaixada da Hungria, onde passou duas noites. “Embora se trate de um único documento em formato editável, sem data e assinatura, seu teor revela que o réu, desde a deflagração da operação Tempus Veritatis [que apura tentativa de golpe de Estado], planejou atos para fugir do país, com o objetivo de impedir a aplicação de lei penal”, pontuou a polícia. A data da última modificação do documento é a mesma que o ex-presidente foi à embaixada da Hungria no Brasil, onde ficou por duas noites. A ida ocorreu quatro dias após Bolsonaro ter seu passaporte apreendido pela Polícia Federal durante uma operação. “Trata-se do arquivo Carta JAIR MESSIAS BOLSONARO.docx, o qual, conforme seus metadados, foi salvo no celular do ex-Presidente no dia 10/02/2024 às 18h28min (UTC-0). O criador e último autor do documento remete ao usuário FERNANDA BOLSONARO. Nesse sentido, é possível que o usuário em questão esteja vinculado à pessoa de FERNANDA ANTUNES FIGUEIRA BOLSONARO, nora do ex-Presidente e esposa do Senador FLAVIO NANTES BOLSONARO”, pontua a polícia. O documento, segundo os policiais, possui 33 páginas e a introdução prevê uma alegação de perseguição política no Brasil. “De início, devo dizer que sou, em meu país de origem, perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos. No âmbito de tal perseguição, recentemente, fui alvo de diversas medidas cautelares”, diz o texto. O arquivo foi salvo no aparelho celular do ex-presidente no dia 10 de fevereiro, dois dias após a operação da PF que apreendeu o passaporte de Bolsonaro. |
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