O candidato do Psol à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, afirmou neste domingo (27) que entrou com uma ação na Justiça Eleitoral contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) por abuso de poder político e abuso no uso dos meios de comunicação. Eleições 2024: acompanhe as últimas horas da votação do 2º turno em 51 cidades Tarcísio disse, hoje mais cedo, quando as urnas estavam abertas à votação, que a inteligência de Segurança Pública de São Paulo informou que o PCC teria orientado pessoas vinculadas à organização criminosa a votarem em Boulos. A declaração foi feita em entrevista coletiva a jornalistas, ao lado do candidato do MDB à reeleição Ricardo Nunes. Tarcísio não apresentou provas do que disse. Boulos reagiu: “Isso é crime eleitoral e, por isso, acabamos de entrar no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) com uma ação de investigação judicial eleitoral por abuso de poder político contra Tarcísio e [Ricardo] Nunes [MDB], que é beneficiário, e por divulgação de informação falsa.” O candidato falou a jornalistas em frente à casa dele, no Campo Limpo, zona sul da cidade. Boulos comparou a declaração de Tarcísio a um laudo médico falso divulgado por Pablo Marçal (PRTB) às vésperas do primeiro turno das eleições. O documento frio atestava que Boulos teria entrado em surto por uso de cocaína. Para o candidato do Psol, o caso agora do segundo turno é ainda mais grave do que o anterior. Boulos classificou a declaração do governador como “irresponsável, mentirosa” e uma tentativa de influenciar o resultado das eleições. Tarcísio é um dos principais fiadores da candidatura de Nunes. “O governador do estado, no dia da eleição, acusa um candidato de oposição a ele, usando a máquina e abusando do poder político, de envolvimento com o crime organizado”, disse Boulos em entrevista à tarde. Assessoria de Nunes responde a Boulos – e volta atrásEm nota, enviada a jornalistas via WhatApp às 16h18, a assessoria de imprensa de Ricardo Nunes disse que “Boulos briga com os fatos” e que a informação sobre a orientação do PCC para que as pessoas votem em Boulos foi publicada em reportagens. A nota dizia ainda que a ação do candidato do Psol na Justiça Eleitoral contra Tarcísio e Nunes “beira ao ridículo”. Minutos depois, o comunicado foi deletado pelo coordenador geral de imprensa da campanha do MDB, Leandro Cipoloni. Uma assessora enviou novamente a nota, que foi mais uma vez apagada por Cipoloni. A assessora por fim enviou um novo comunicado: “Por ora, a campanha de Ricardo Nunes não vai se manifestar sobre os recentes pedidos de Guilherme Boulos à Justiça.” PT pede prisão de TarcísioDirigentes do PT em São Paulo defenderam que Tarcísio seja preso pelas declarações que fez associando Boulos ao PCC. “O governador responderá pelos seus atos. Ele deveria ser preso por usar a máquina pública para cometer mais esse crime eleitoral”, dizem em nota Kiko Celeguim, presidente estadual do partido, e Laércio Ribeiro, presidente municipal do PT. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, acusou Tarcísio de “espalhar a maior fakenews de toda a campanha”. “Deixou para espalhar essa mentira hoje para tentar escapar da Justiça Eleitoral, armação rasteira e covarde, típica dos seguidores de Bolsonaro como Tarcísio e Nunes.” O PT, comandado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é aliado do Psol na capital paulista e apoia a candidatura de Nunes, que tem como vice a petista Marta Suplicy. |
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