 Uma brasileira denunciou ter sofrido uma tentativa de estupro em Paris após o cancelamento de um voo da TAP Air Portugal e a decisão da companhia aérea de hospedá-la em um quarto de hotel com dois desconhecidos — um homem brasileiro e uma mulher alemã. O caso ocorreu na noite de 31 de maio e foi revelado ao jornal O Globo. A vítima, que possui cidadania italiana e reside em Lisboa, onde atua como consultora na área ambiental, embarcaria no voo TP 439, com partida prevista para as 21h05 do aeroporto de Orly. Com o cancelamento, a TAP remarcou os bilhetes para o voo TP 429, no dia seguinte, às 10h20. Segundo a passageira, os clientes foram inicialmente conduzidos ao balcão de atendimento da TAP, onde receberam vouchers de hotel. Foi ali que ela descobriu que deveria dividir o quarto com dois outros passageiros. “Me recusei, exigi um quarto só para mim, mas fui informada que essa não era uma opção. Ou aceitava, ou teria que pagar do próprio bolso — algo inviável em Paris”, contou a brasileira ao jornal. A funcionária da TAP teria informado que não havia quartos individuais disponíveis. Ela acabou sendo hospedada com uma mulher alemã e um homem brasileiro. Ainda durante a madrugada, a alemã deixou o quarto e, sozinha, a consultora foi surpreendida. “Fui acordada com o homem nu em cima de mim, beijando meu pescoço e me segurando. Por sorte consegui me defender, gritei, e ele fugiu do quarto. Ainda assim, as marcas do episódio permanecem.” Ao desembarcar em Lisboa, a brasileira afirmou que buscou apoio junto à TAP, mas não obteve retorno. Com apoio da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), ela iniciou um processo judicial no Brasil por assédio moral e negligência. A ação tramita no Juizado Especial Cível e pede o teto de indenização: R$ 50 mil. A TAP ainda não se manifestou publicamente sobre o caso.
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