Brasileiros poderão usar Pix para fazer compras em alguns comércios da Argentina. Pelo menos esse é o plano da Fiserv, fintech americana, que está desenvolvendo um projeto de digitalização de pagamentos na América Latina para permitir que os negócios da Argentina aceitem pagamentos feitos com o Pix. A previsão é de que a solução comece a funcionar no segundo semestre de 2023, mas ainda não tem uma data definida. A Fiserv já atua no Brasil e tem experiência em viabilizar pagamentos Pix desde 2020, quando o sistema foi lançado. Na visão da fintech, a capacidade de aceitar um meio de pagamento eletrônico adicional pode aumentar a eficiência e reduzir os custos para o comércio. Do lado do consumidor é uma forma de administrar seu dinheiro durante a viagem sem precisar fazer câmbio, por exemplo. Como vai funcionar?A operação com Pix no estabelecimento argentino será feita via QR Code, nos mesmos moldes que funciona por aqui atualmente, por meio de uma tecnologia provida pela fintech para os comércios. O cliente escaneia o QR Code com o valor da compra, é direcionado ao aplicativo do banco brasileiro e efetua o pagamento via Pix. O valor que aparecerá para o cliente pagar estará em pesos argentinos, mas o dinheiro que sai da conta do cliente é o equivalente em reais com a conversão cambial no momento da compra e a taxa de IOF aplicada a transações de câmbio já embutidas no valor final. A solução será oferecida para os clientes da Fiserv na Argentina e potenciais novos estabelecimentos que se interessarem. A empresa revelou ao InfoMoney que tem mais de 400 mil comércios que são seus clientes no país dos hermanos. Sobre as regiões do país que terão acesso ao mecanismo, a empresa pontuou que ele só faz sentido para as regiões onde há fluxo de brasileiros. Por isso, foram mapeados regiões e comércios que têm essa demanda – mas não foram citadas cidades ou regiões em específico. “Nosso objetivo é conectar todos os tipos e tamanhos de empresas com as mais diversas modalidades de pagamento, instituições financeiras e provedores, para facilitar a aceitação de múltiplas opções na hora de pagar e ajudar cada comércio no crescimento do seu negócio”, disse Jorge Valdivia, gerente geral da Fiserv no Brasil. Pix InternacionalVale lembrar que a iniciativa da Fiserv não tem relação com outras ventiladas nos últimos meses. O próprio Banco Central do Brasil afirmou em evento recente em Brasília, chamado Criptorama 2023, que o projeto do Pix Internacional está nos planos e o objetivo é tornar as transferências para outros países mais baratas e eficientes. Carlos Brandt, responsável no BC pelo Pix, já afirmou que hoje as transferências transfronteiriças têm desafios como falta de transparência, alto custo, baixa velocidade e acesso limitado, problemas que o Pix pode ajudar a resolver. Por enquanto, a autarquia está estudando formas de viabilizar esse projeto e ainda não há data definida para ele sair do papel. Além disso, outra iniciativa, sem participação do BC, também está sendo analisada: batizada de Nexus, está sob o guarda-chuva do Bank for International Settlements (BIS), instituição conhecida como o “Banco Central dos bancos centrais”. Com sede na Suíça, o BIS lidera o projeto que, se aprovado, pode conectar mais de 60 países que já disponibilizam algum tipo de sistema de pagamento instantâneo. O primeiro protótipo do Nexus, na etapa POC, conecta hoje três sistemas de pagamento: de Cingapura, da Malásia e da Zona do Euro, esta representada pelo Banco da Itália. O experimento, no momento, processa pagamentos simulados, sem o uso de dinheiro verdadeiro. Leia também |
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