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BRF (BRFS3): Ave de quintal com gripe aviária é mais um sinal amarelo, mas não impacta exportações; ações caem

- 28/06/2023 15 Visualizações 15 Pessoas viram 0 Comentários
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A confirmação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) nessa terça-feira (27) da detecção de gripe aviária em uma ave doméstica de subsistência no Espírito Santo não deve gerar grandes problemas para a BRF (BRFS3), que tem na exportação avícola seu faturamento principal, mas é mais um sinal de alerta.

“Se for como a Associação Brasileira de Proteína Animal disse, se for uma ave de fundo de quintal no Espírito Santo, não se trata de um problema grave. Não altera o status do Brasil frente a Organização Mundial de Saúde Animal [WOAH, na sigla em inglês]”, fala Flávio Conde, analista da Levante Investimentos. “Mas, com certeza, é um sinal amarelo. Os investidores podem recuar um pouco e os papéis, cederem”.

As ações da BRF (BRFS3) abriram a sessão desta quarta-feira (28) em queda de mais de 1%, chegaram a operar com leves ganhos no fim da manhã, mas passaram a ter quedas mais expressivas durante a tarde. Às 13h45 (horário de Brasília), BRFS3 tinha baixa de 3,46%, a R$ 8,37.

O especialista destaca também que o Espírito Santo tem pouca participação na produção nacional de aves, com apenas 0,2% das vendas em 2022.

“As ações tenderiam a sofrer um pouquinho hoje porque o investidor tem medo de que aconteça alguma coisa como ocorreu em outras décadas no passado”, completa o especialista.

Ao InfoMoney, outro analista do setor vai no mesmo sentido, dizendo que o caso não muda o status do Brasil, que continua sendo livre da doença frente à Organização Mundial da Saúde Animal (WOAH – World Organization for Animal Health).

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“Claro que há alguns pontos interessantes, sem dúvida. O fato de terem aparecido mais casos mantém o nível de preocupação elevado. Enquanto a gente estiver vendo casos aparecendo todas as semanas, vai continuar preocupado se eventualmente vai ter gripe aviária de maneira mais intensa no Brasil”, fala o especialista, que preferiu não se identificar.

“Mas a gente também pode olhar para uma outra perspectiva. Já faz cerca de 40 dias do primeiro caso e o Brasil ainda não teve contaminação de nenhuma granja comercial. Em outros países, depois dos primeiros casos, em uma ou duas semanas houve  o primeiro contágio em produções comerciais”, acrescenta.

De um lado, então, fica a evolução vagarosa e um aparente controle da doença. Do outro, fica o risco de uma contaminação aparecer, devido à entrada da doença e sua circulação no Brasil antes do fim do processo migratório das aves, que geralmente acaba entre maio e junho.

“Eu acho que vale a pena sempre lembrar que pela representatividade que o Brasil tem na produção mundial de frango e na exportação de frango, é um eventual embargo no Brasil, tem pressão inflacionária global. Vai ser sentido por todos”, fala o analista. “Se a gente olhar o que aconteceu na Argentina e no Chile, que tiveram casos recentes em granjas comerciais, foram embargos curtos”.

A exportação das regiões que foram afetadas, de acordo com ele, ficou fechada e houve o abate sanitário.

“Por lá, foram embargos por volta de 20 dias. Pela relevância do Brasil, poderia ser até um embargo mais curto que 20 dias, caso aconteça. Então não é algo que seria tão catastrófico e existe espaço para discussão da regionalização”, diz.

As restrições comerciais a países com casos de gripe aviária identificados já foram suavizadas, com países como Emirados Árabes Unidos, Japão e Filipinas limitando a interrupção de compras apenas de regiões, não de todo o país. No entanto, países como China e África do Sul ainda adotam a proibição nacional.




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