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Economia

Busca por novos mercados é tão importante quanto apoio a setores, diz Sergio Vale

- 13/08/2025 10 Visualizações 10 Pessoas viram 0 Comentários
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A busca por novos mercados para as exportações brasileiras deve seguir no foco do governo para ajudar os setores afetados pelo tarifaço dos EUA, avalia Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados e pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP). 

Para ele, o apoio às empresas impactadas pelas tarifas de 50% nas exportações aos EUA é um bom caminho, “melhor do que retaliar”, mas há outras formas de mitigar os efeitos da medida, e que precisam ser tratados com a mesma importância.

“O governo precisa ter cuidado sobre prazos e empresas que realmente serão beneficiadas para o programa não se tornar permanente. O foco na ajuda tributária e diferimento de impostos com linhas de crédito também é o caminho, melhor do que retaliar. Até porque não sabemos ainda onde Trump chegará com essas políticas. Mas o foco em buscar novos mercados teria que ser tão importante quanto”, avalia Vale.

Governo anuncia apoio a setores

Nesta quarta-feira (13), o governo federal anunciou os detalhes do pacote de ajuda às empresas exportadoras, chamado de “Brasil Soberano”. O plano inclui a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas impactadas, desde que elas se comprometam a manter os empregos, e prorroga por um ano o regime de drawback, que suspende os impostos de importação para a cadeia produtiva dos produtos exportados.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou Medida Provisória com as ações durante cerimônia no Palácio do Planalto com a presença também do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, do vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, e dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, do Senado, Davi Alcolumbre, além de representantes de entidades do setor produtivo.

Durante a cerimônia, ele falou que vai procurar outros destinos para os produtos brasileiros. “Ao invés de ficar chorando aquilo que nós perdemos, vamos procurar ganhar em outro lugar. Se os Estados Unidos não querem comprar, nós vamos procurar outro país”, disse.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil vive uma situação “inusitada” ao ser alvo de sanções comerciais impostas por um país que, segundo ele, mantém superávit expressivo na relação bilateral e não teria justificativa econômica ou política para a medida. “Estamos sujeitos a uma retaliação injustificável do ponto de vista político e econômico, infelizmente com o apoio de alguns setores radicalizados da sociedade brasileira”, disse.

Conheça o Plano Brasil Soberano

Uma das medidas é a ampliação do Reintegra. Até então restrito a micro e pequenas empresas, o programa que devolve parte dos tributos federais pagos na cadeia de produção de bens exportados, passará a contemplar também médias e grandes companhias.

Micro e pequenas terão o benefício dobrado, de 3% para 6% do valor exportado, enquanto as demais receberão 3%. “É um conjunto de ações para garantir emprego, garantir a produção e abrir novos mercados”, afirmou.

O plano inclui ainda a prorrogação por mais um ano do regime de drawback, que suspende impostos sobre insumos importados usados na produção de bens exportados; linhas de crédito de R$ 30 bilhões com juros reduzidos e prazos estendidos via Banco do Brasil e BNDES; reforma estrutural no Fundo de Garantia à Exportação (FGE); compras governamentais; e diferimento de tributos.




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