Ter até 40 dias entre a compra e o pagamento da fatura é uma das vantagens do uso do cartão de crédito. Escolhendo a ‘melhor data de compra’, que normalmente é 10 dias antes do fechamento da fatura, é possível esticar o prazo de quitação do débito. De acordo com o Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), no entanto, os bancos em operação no país estariam mudando a data de fechamento da fatura sem avisar os clientes. A mudança reduz o prazo para o pagamento da dívida, o que pode prejudicar clientes que, em alguns casos, terão que acertar a conta no mesmo mês da compra e não na fatura seguinte. É importante destacar que, caso a alteração do prazo não esteja de acordo com o contrato assinado no momento da adesão do cartão, a medida pode se configurar quebra de contrato, com alteração unilateral, destaca o Idec. Além disso, dependendo do caso, a mudança pode ser encarada como uma espécie de propaganda enganosa. O Idec salienta que não há uma regulação sobre o assunto e que, apesar de ser prerrogativa do banco a alteração do prazo, a instituição deve sempre informar qualquer alteração ao cliente — e com antecedência. Como funciona a contagem de prazo?Como os bancos precisam de um período para processar a fatura do cartão de crédito, normalmente, fecham a fatura 10 dias antes do vencimento do cartão. Com isso, se a compra for feita um dia depois do fechamento, o prazo para quitar a dívida pode chegar a 40 dias. Funciona assim:
Com o avanço da tecnologia, as instituições financeiras têm precisado de menos prazo para fechar as faturas de cartão de crédito. Desta forma, os 10 dias que o cliente teria a mais para as compras estão diminuindo. Em alguns casos, conforme apontou o Idec, a redução foi de 5 dias. Ou seja, o prazo entre o melhor dia de compra e o pagamento da fatura teria caído de 40 para 35 dias. Com isso, o consumidor pode receber uma fatura com valor acima do que estava previsto, considerando que ele fez a compra dentro da ‘melhor data’ para que a fatura só fosse cobrada no mês seguinte. É importante, segundo o Idec, que os clientes fiquem atentos à movimentação dos bancos e encontrem as melhores datas para a compra com uso do cartão de crédito. O Idec avisa que notificará o Banco Central, a Senacon e a Febraban sobre as denúncias encaminhadas por correntistas. O InfoMoney procurou o BC e a Febraban, mas as instituições não se posicionaram até esta publicação. O que dizem os bancosO Itaú Unibanco informa, por meio da sua assessoria de imprensa, que está realizando uma alteração no período de fechamento da fatura de seus cartões, que passou a acontecer 8 dias antes do vencimento da fatura. “Mesmo com a mudança, os cartões do Itaú seguem com um dos maiores intervalos do mercado entre fechamento da fatura e seu pagamento. A alteração, motivada principalmente pela substituição de faturas em papel pelas digitais, não impacta as datas de vencimento, que permanecem as mesmas. A mudança está em andamento e deve chegar a todos os clientes nos próximos meses”, diz o banco por meio de nota oficial. “O Itaú reforça seu compromisso com a transparência e, por isso, tem comunicado os clientes sobre a situação com antecedência em diversos canais, como e-mail, SMS, aplicativos e com aviso em todas as faturas. A melhor data de compra também é atualizada com antecedência nos canais digitais para que os clientes possam se programar. Nossa equipe está disponível nos canais de atendimento para esclarecer eventuais dúvidas”, complementa o banco. Também por meio da sua assessoria de imprensa, o Nubank garante que “não fez nenhuma alteração na data de fechamento de pagamentos de faturas” assim como o Bradesco, que “não alterou as datas de fechamento das faturas dos cartões de crédito”. A Caixa informou, também por meio da assessoria de imprensas, que “optou por manter os intervalos entre ‘melhor dia de compra’ e o vencimento da fatura, apesar da evolução dos canais digitais, que permitem reduzir o prazo entre o corte da fatura de cartão de crédito (processamento) e a sua entrega aos clientes. Assim, as compras realizadas neste período serão cobradas apenas no mês seguinte. O prazo exato depende das condições contratadas com cada cliente”. Banco do Brasil e Santander não responderam até esta publicação. |
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