![]() A Câmara dos Deputados pode votar nesta semana o projeto de lei que estabelece regras para coibir a adultização de crianças nas redes sociais. A proposta, relatada pelo deputado Jadyel Alencar (Republicanos-PI), ganhou tração após a prisão do influenciador Hytalo Santos por suposta exploração infantil. No entanto, a votação deve enfrentar forte resistência da oposição, que promete obstruir os trabalhos caso o texto não seja alterado. A mobilização ocorre em resposta ao vídeo publicado pelo influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, que denunciou Santos por expor menores de idade em seus conteúdos. Hytalo e seu marido foram presos na sexta-feira (15) em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Retirada de conteúdo e sanções a plataformasA versão mais recente do relatório foi apresentada na terça-feira (12). O texto prevê: • regras específicas para proteger crianças e adolescentes no ambiente digital; “O relatório está maduro, sem brechas para censura ou violação da liberdade de expressão. Tem sido elogiado por especialistas”, afirmou Alencar ao G1. Segundo o parecer, o objetivo é conter ameaças digitais que exploram a vulnerabilidade de menores. A proposta também cria uma “autoridade nacional” para regulamentar e fiscalizar o cumprimento da lei, com poder de impor sanções como a suspensão de atividades de empresas de tecnologia. Risco de censuraLíderes da oposição afirmam ao G1 que, no formato atual, o texto abre margem para abusos regulatórios e pode ser usado como instrumento de censura. “Queremos tratar da sexualização de crianças, mas o projeto ainda é nebuloso. Do jeito que está, não tem nosso apoio”, disse o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Para Marcel Van Hattem (Novo-RS), o projeto extrapola o escopo da proteção infantil. “Abre margem para censura de manifestações lícitas e para regulamentação sem limites claros”, confirmou ao portal. Um dos pontos mais criticados é o uso da expressão “acesso provável” por crianças e adolescentes, o que, segundo parlamentares, poderia ampliar excessivamente o alcance da lei. Além disso, o poder concentrado na futura “autoridade nacional” é visto como uma brecha para decisões unilaterais do governo. Motta quer resposta rápidaO presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se comprometeu a pautar o projeto em regime de urgência, acelerando a tramitação. A ideia inicial era formar um grupo de trabalho para consolidar diferentes propostas, mas, diante da repercussão do caso Felca, a decisão foi levar diretamente ao plenário o texto considerado mais maduro. A votação, porém, dependerá da construção de acordo entre governo e oposição, algo ainda incerto. |
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