O maior grupo supermercadista da Europa e do Brasil, Carrefour, disse nesta terça-feira (26) que lamenta que sua promessa anterior de manter carne sul-americana fora de suas prateleiras na França tenha sido percebida como tendo “colocado em dúvida sua parceria com a agricultura brasileira”. As informações são da Reuters e do Neofeed. O Carrefour, por meio de sua matriz na França, disse em um comunicado em francês que compra a carne que vende na França quase exclusivamente de produtores franceses e a carne que vende no Brasil exclusivamente de pecuaristas brasileiros e acrescentou que continuará com essa estratégia. No documento, assinado pelo CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, o executivo pede desculpas pela “confusão” gerada e reforça o compromisso do grupo com a agricultura brasileira. Bompard destacou que o Carrefour Brasil, com mais de 130 mil colaboradores, compra quase toda a carne necessária de fornecedores nacionais e reafirmou a parceria de 50 anos com o setor agropecuário local. Ele afirmou que, sob sua presidência, o Carrefour dobrou os investimentos e compras de produtos brasileiros. “Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão e pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira, pedimos desculpas”, escreveu. A íntegra da carta, divulgada primeiro pelo Neofeed, pode ser lida abaixo: Ao Excelentíssimo Ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Senhor Carlos Fávaro, Carrefour x MercosulA tensão começou na última quarta-feira (20), quando Bompard anunciou que as lojas francesas do Carrefour deixariam de comprar carne proveniente do Mercosul. A declaração foi feita em meio aos protestos de agricultores franceses contrários ao acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul e gerou forte reação no Brasil, incluindo um boicote de frigoríficos brasileiros ao Carrefour. Segundo a Folha de S.Paulo, atualmente, 23 frigoríficos, incluindo gigantes como JBS, Marfrig e Masterboi, suspenderam o fornecimento de carne para as unidades do Carrefour no Brasil. Segundo fontes do setor, essa decisão já impacta mais de 150 lojas da rede, com consumidores relatando a falta de produtos específicos nas prateleiras. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro elogiou a decisão dos frigoríficos, embora tenha afirmado que não solicitou o boicote. O boicote foi visto como uma resposta à declaração de Bompard, considerada “desproporcional” pelo ministro. |
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