O governo federal divulgou uma nova lista com mais de 30 novas versões de carros que entraram no programa de desoneração para estimular o setor automotivo. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) também disse que as montadoras pediram mais dinheiro (e que os recursos autorizados aumentaram). Esta segunda versão da tabela tem 266 versões, segundo o MDIC. São 32 a mais que a versão anterior, que tinha 232 versões e foi divulgada na quarta-feira (14). Veja aqui a relação de todos os modelos e veículos incluídos no programa até a sexta-feira (16). O volume de recursos autorizados pelo governo, para o subsídio de veículos de passeio também subiu: de R$ 150 milhões para R$ 170 milhões (34% do dinheiro reservado para o programa). Além dos R$ 500 milhões para carros, mais R$ 1 bilhão foi destinado para a venda de ônibus e caminhões. Até o momento, Fiat e Volkswagen foram as montadoras que mais pediram créditos tributários ao MDIC (R$ 30 milhões cada uma); GM, Peugeot Citroën, Hyundai e Renault solicitaram R$ 20 milhões (cada uma); e Honda, Nissan e Toyota, R$ 10 milhões (veja mais abaixo). O governo considera a Jeep como parte da Fiat (grupo FCA Fiat Chrysler) e a Peugeot e a Citroën, como uma montadora só. Mas as quatro empresas fazem parte do mesmo grupo automotivo: a Stellantis. Já a General Motors (GM) é a dona da Chevrolet. Até SUVs mais carosO InfoMoney tem mostrado que, além dos carros “populares” (“de entrada”), as montadoras tem incluído modelos mais caros no programa, como SUVs (veículos utilitários esportivos) que custavam mais de R$ 135 mil. A lista inclui modelos como o Chevrolet Tracker, o Fiat Fastback e o Jeep Renegade. Para isso, as empresas estão reduzindo o preço de algumas versões de seus SUVs em até R$ 15 mil, como foi o caso da Jeep, ou até criando novas versões dos modelos, como a Fiat (e a sua nova versão “de entrada” do Fastback). As montadoras estão incluindo no programa até modelos que estão fora de fabricação, como o Volkswagen Gol (que foi o carro mais vendido do páis en 27 dos 40 anos em que foi produzido) e anunciando descontos em modelos que não fazem parte da medida, como a Caoa Chery com o Tiggo 5X e a Fiat com a Toro (porque os veículos custam muito mais que R$ 120 mil). Diante do interesse dos consumidores, a Fenabrave (federação das concessionárias) disse que o movimento nas revendas chegou a mais do que triplicar na primeira semana de descontos e que os créditos tributários autorizados pelo governo (até R$ 500 milhões) não devem durar muito mais do que 30 dias (veja mais abaixo). Desconto direto ao consumidorO ministério afirma que o subsídio concedido deve ser convertido em desconto ao consumidor na hora da compra do veículo. O desconto será abatido na própria concessionária, e o valor que a concessionária deixar de receber será coberto pela montadora (que depois vai reverter esse desconto em crédito tributário). O MDIC reforça que o programa tem duração de 4 meses, mas vai acabar “quando os recursos disponíveis se esgotarem” (R$ 500 milhões para carros e R$ 1 bilhão para ônibus e caminhões), pois a medida é “uma ação conjuntural, de curto prazo”, feita para “atenuar a crise em um setor que responde por 20% do PIB da indústria de transformação e está com 50% de sua capacidade instalada ociosa”. O governo está subsidiando:
Pressão por mais subsídioPara definir os descontos dos automóveis o governo considerou três fatores: preço, eficiência energética e “densidade industrial” (quantidade de peças do veículo produzidas no Brasil). Cada critério tem uma pontuação e, quanto maior a soma total do carro nesses fatores, maior o desconto. Ao contrário das montadoras de carros, as empresas que produzem caminhões e ônibus não pediram mais recursos em relação ao balanço inicial: R$ 100 milhões para caminhões (14% dos R$ 700 milhões disponíveis) e R$ 120 milhões para ônibus (40% dos R$ 300 milhões reservados). Já há pressão no governo para ampliar a verba destinada aos carros, pois a Anfavea (associação das montadoras) projeta que os R$ 500 milhões destinados devem durar cerca de um mês “ou um pouco mais”. Mas há declarações divergentes das autoridades sobre a ampliação ou prorrogação do programa — inclusive do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). |
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