![image 1](https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2024/04/rodoanel.jpg?fit=300%2C204&quality=70&strip=all) A CCR está estudando promover uma reciclagem de portfólio de ativos que incluem aeroportos e projetos de mobilidade urbana, atraindo parceiros para projetos para acelerar o crescimento do grupo, algo que pode incluir rodovias, afirmaram executivos da operadora de infraestrutura de transporte. A companhia avalia ter um potencial de geração de caixa de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões até 2035 com essa reciclagem de capital, que também poderá incluir vendas de participações ou ativos inteiros que a empresa entenda como tendo atingido a maturidade de retornos. Além dessas opções, o presidente-executivo, Miguel Setas, afirmou durante apresentação a investidores nesta terça-feira que as áreas de aeroportos e mobilidade urbana podem fazer parte de “plataformas de negócios” com “representação societária”. “Queremos criar espaço em nosso balanço para aumentarmos nosso poder de fogo para crescermos”, disse Setas no evento. A empresa tem meta “conservadora” de crescer o resultado operacional medido pelo Ebitda – sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – em 8% a 10% em uma média anual até 2035, algo que prevê eventualmente entrada de novos ativos ao portfólio da companhia. O vice-presidente de finanças, Waldo Leskovar, ponderou que a velocidade da reciclagem de capital da companhia dependerá de uma série de fatores. Entre eles, como vai evoluir a participação da empresa em novas licitações de ativos de infraestrutura e a própria estrutura de capital do grupo, que está alongando prazos de dívida e tem objetivo de chegar ao endividamento líquido zero em 2035 e uma relação de pagamento de retornos aos acionistas de 50% do lucro. “Há espaço no balanço para crescimento. Não vamos ganhar tudo (em futuros leilões de ativos) mas podemos trabalhar com parceiros e reduzir a necessidade de capital e aumentar o leque de oportunidades”, disse Leskovar. “A intenção de trazer um sócio na mobilidade é para acelerar o crescimento”, acrescentou. A CCR, que atualmente tem 3,6 mil quilômetros de rodovias administradas, 20 aeroportos sob gestão e é a maior operadora privada de trilhos da América Latina, quer conseguir R$ 500 milhões em economias de despesas com pessoal, material serviços de terceiros e outros itens até 2026. Parte dessa estratégia passa por uma redução de R$ 60 milhões na conta anual de energia elétrica de R$ 300 milhões do grupo, algo que inclui investimento em energias renováveis como geração solar, disse Setas. Na outra ponta, a empresa está mirando crescimento de receitas complementares a sua operação de mobilidade urbana, que devem ter a participação no faturamento total aumentando de 6% no ano passado para 10% até 2035. Nessa frente, estão iniciativas como montagem de shoppings em estações de metrô. Em 2023, essas receitas acessórias somaram R$ 124 milhões e a CCR estima poder elevar esse número para R$ 360 milhões até 2027. Questionados sobre reequilíbrio de contratos, executivos da companhia citaram que “tem muita coisa em negociação para este ano” e que no caso da concessão rodoviária MSVia, no Mato Grosso do Sul e uma constante preocupação dos investidores, a empresa discute uma revisão geral do contrato com o poder concedente. “É uma repactuação completa do contrato…com outras tarifas, outro cronograma de investimento”, disse o vice-presidente de rodovias, Eduardo Camargo. “Estamos promovendo o ‘derisk’ do contrato atual para um novo contrato”, disse, sem precisar quando as discussões podem ser concluídas.
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