![]() LISBOA – Com mais de 99% das urnas apuradas, a coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD), do primeiro-ministro Luís Montenegro, que caiu em fevereiro, é a grande vitoriosa das eleições legislativas em Portugal neste domingo (18). A AD registra 32,7% dos votos, enquanto o Partido Socialista (PS) e o Chega, de extrema-direita, empatam na segunda colocação, com cerca de 23% cada. Mais cedo, pesquisas de boca de urna já apontavam a vitória da centro-direita, e um embate ferrenho entre centro-esquerda e extrema-direita pelo segundo maior número de assentos no parlamento português. “Fica demonstrado que a crise política foi criada pelas oposições. Era de fato totalmente desnecessária e, na verdade, o PS que lhe deu causa, foi por isso fortemente penalizado, sofrendo uma pesada derrota”, afirmou Nuno Melo, presidente do CDS, partido parceiro de coligação, em pronunciamento na sede da campanha, na região central de Lisboa. “Continuaremos a governar em Portugal como fizemos em 11 meses, mas desejando fazer em quatro anos”, destacou. Um pronunciamento do primeiro-ministro reeleito, Luís Montenegro, é esperado para os próximos minutos. Confira a distribuição de assentos no parlamento para cada partido faltando menos de 1% para totalização dos votos:
Socialistas os grandes derrotados; extrema-direita cresceO maior derrotado do dia é o PS, de Pedro Nuno Santos, que registra o pior resultado desde a década de 1980. Já os ultradireitistas do Chega comemoram o resultado, que eleva o partido à segunda maior força em Portugal, dividindo com o PS. “O Chega matou hoje o bipartidarismo em Portugal”, declarou o presidente do Chega, André Ventura, a jornalistas, logo após a divulgação das primeiras sondagens. “Obrigado por terem acreditado que era possível quebrar 50 anos de um sistema político sempre igual”, afirmou. Novo governoCom esses números, a AD dependerá de alianças para formar governo — cenário que já era previsto nas últimas pesquisas, reforçado pelas projeções da boca de urna. Além da disputa política, um dos temas centrais da eleição foi a possibilidade de mudança nas regras para concessão da cidadania portuguesa. A AD, que lidera o atual governo, defende aumentar de cinco para até dez anos o tempo mínimo de residência para imigrantes solicitarem a nacionalidade, medida que pode afetar diretamente os mais de 500 mil brasileiros que vivem em Portugal. Este foi o terceiro pleito legislativo em três anos no país, resultado de uma crise política contínua marcada pela renúncia do socialista António Costa em 2023 e pela queda do governo de Montenegro em março deste ano. Números preliminares divulgados pela Universidade Católica Portuguesa apontam estimativa de participação eleitoral entre 58% e 64%, valores que indicam nível abstenção pelo menos igual, ou talvez até maior, do que no último pleito. Em março do ano passado, a participação eleitoral ficou em 59,8%. |
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