 A China acredita que todos os envolvidos no conflito entre Rússia e Ucrânia devem participar das conversas pela paz, disse na sexta-feira o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, salientando o papel da Europa no processo, após os Estados Unidos terem emitido várias mensagens sobre como encerrar a guerra. Falando na Conferência de Segurança de Munique, Wang afirmou “que esperamos que todas as partes e os envolvidos diretamente participem do processo de paz no momento propício”. “A China vê de forma positiva todos os esforços dedicados à paz, incluindo qualquer consenso alcançado pelos Estados Unidos e pela Rússia”, disse Wang, segundo o Ministério das Relações Exteriores chinês. “Como a guerra ocorre em solo europeu, é muito necessário que a Europa tenha um papel para a paz, para avaliar conjuntamente as causas da crise, encontrar um plano de trabalho de segurança equilibrado, efetivo e sustentável, e também obter a paz de longo prazo e a estabilidade na Europa”, disse. Wang também disse à União Europeia que a China está pronta para elevar o nível de debates estratégicos com o bloco, aumentar o entendimento mútuo e ajudar a trazer mais estabilidade para o mundo, segundo comentários feitos pela chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas. Em encontro nos bastidores da conferência, ele enfatizou a Kallas a posição da China no apoio ao papel da Europa nas conversas de paz, segundo comunicado do seu ministério. O presidente dos EUA, Donald Trump, conversou com os presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, por telefone na quarta-feira. Ele encarregou autoridades de iniciarem as negociações, acrescentando que é provável que haja uma reunião com Putin na Arábia Saudita. Depois, disse que não achava prático para a Ucrânia se juntar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e que era improvável que o país recuperasse todas as suas terras. As ligações surpreenderam os aliados europeus, que alertaram os EUA para que não fechem um acordo sobre a Ucrânia sem o envolvimento da Europa. Pressionando para garantir um assento na mesa de negociações, Zelenskiy disse na quinta-feira que a Ucrânia não aceitaria acordos bilaterais sobre seu destino, desenhados por Moscou e Washington, sem a participação de Kiev.
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