 Quase seis a cada dez pessoas da classe DE têm intenção de aumentar o consumo em 2025 (59%), o que está acima da população em geral (57%) e da classe C (55%). E, para gastar mais, a classe DE não precisará sair de casa. Os dados apontam que o celular é o principal canal de compras (49%) a ser usado por esta parcela da população, deixando para trás as lojas físicas (25%) e as compras feitas no computador (19%). Os dados são da pesquisa “Brasil Invisível: Insights sobre o consumidor de baixa renda”, feita pela ONG Gerando Falcões, em parceria com Data-Makers e ESPM, divulgada nesta segunda-feira (2). A renda estimada da classe DE é de até dois salários mínimos mensais. De acordo com o levantamento, apenas 6% da classe DE afirma que irá diminuir os gastos este ano. Celular é o principal canal de compraComparado às demais classes sociais, a DE é a que mais compra pelo celular, de acordo com o levantamento. Enquanto o celular é o principal meio de compra para 49% da classe DE, o percentual cai para 47% da classe C, e para 46% na população em geral. A loja física é a segunda opção para 25% da classe DE, contra 26% da classe C, o mesmo percentual da população em geral. Já o computador fica como meio de compra para 19% da classe DE, 21% da classe C e 21% da população em geral. Segundo o relatório, os dados que mostram maior intenção de aumento de consumo e predomínio do celular para compras quebra estereótipos e demonstra que não há retração de consumo entre os mais pobres, nem dependência de canais físicos. Valores engajam classe DEA pesquisa também mostrou que a classe DE é bastante engajada em valores sociais, o que pode ditar hábitos de consumo. Direito dos idosos, por exemplo, foi um valor citado por 88% dos entrevistados da classe DE. Em seguida, vem os direitos das Pessoas Com Deficiência (PCDs), citados por 87% dos entrevistados. Bem-estar animal foi um valor apontado por 86%; apoio a causas sociais, 82%; sustentabilidade, 79%; diversidade e inclusão, 77%. E, por fim, produtos zero açúcar foi um interesse apontado por 73%, demonstrando preocupação com a saúde. De acordo com o relatório da pesquisa, “o estudo desconstrói o mito de que causas sociais são ‘luxo’ das classes privilegiadas”. Ele também indica que “a periferia demonstra forte conexão com valores éticos, sustentáveis e inclusivos”, o que pode abrir espaço para marcas que dialoguem com estes valores. Influência de figuras públicasA pesquisa também quis saber se a recomendação de figuras públicas, como os influenciadores, impacta diretamente no comportamento de compra. Os resultados mostram que consumidores de baixa renda (51%) são mais influenciados pela compra efetiva que a média populacional (50%) e classe C (49%), mas a classe AB se mostrou mais suscetível a esta estratégia de divulgação (58%). MetodologiaA pesquisa ouviu 2.465 pessoas, sendo 15% da classe A, 31% da classe BC e 54% da classe DE. As entrevistas foram online, realizadas entre abril e maio deste ano. Os critérios de classe social seguem a metodologia da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP).
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