![]() Menos de 24 horas depois de o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP), ter lido o requerimento para a abertura da CPI do INSS, os partidos começaram a indicar ontem seus representantes ao colegiado. Legendas da base do governo Lula que comandam ministérios, como o PP e PSD, escalaram nomes com perfis oposicionistas. Já o PL desistiu de disputar a relatoria da comissão e abriga uma disputa interna de bolsonaristas pelas vagas. O PSD da Câmara indicou Sidney Leite (AM) como titular e Carlos Sampaio (SP) para a suplência. Leite é autor de projeto de lei apresentado, justamente, em resposta à crise do INSS, depois de investigações apontarem descontos indevidos em aposentadorias. A proposta, cuja urgência chegou a ser aprovada na Câmara, impede a realização de descontos nos benefícios previdenciários referentes a mensalidades de associações. A expectativa é de que a dupla do PSD trabalhe de forma crítica às medidas do governo Lula para coibir as fraudes. O PP, por sua vez, já tem escolhidos os seus representantes pelo Senado. De acordo com o presidente nacional da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), o titular será o senador Esperidião Amin (SC) e o suplente, Luiz Carlos Heinze (RS). Amin já declarou que os governistas tentam dominar a composição da CPI com o objetivo de barrar o relatório final. Heinze, por sua vez, é alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. — Ainda não temos os nomes da Câmara definidos. Mas, já sabemos que Amin e Heinze vão compor a nossa dupla do Senado — afirmou Ciro Nogueira. Partido de Bolsonaro, o PL desistiu de disputar a relatoria da CPI do INSS, de acordo com o líder da bancada na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). Corrida por vagaDono da maior bancada da Casa, o partido lutava para ocupar o posto de relator, que caberá a um integrante de um partido de centro, segundo sinalização dada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Agora os bolsonaristas pressionam para que o relator tenha afinidade com a direita, já que a presidência do colegiado será indicada pelo Senado. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP) disse que trabalha para que o senador Omar Aziz (AM), líder do PSD, ocupe o posto. A escolha de Aziz atende a um pleito dos governistas, que pediam para que um membro de um partido da base, com perfil considerado “moderado” fosse designado pelo Senado. Ele é considerado um “aliado” pelos governistas. Internamente, o PL já vive a disputa por vagas na CPI. No total, o partido terá direito a seis vagas no colegiado — três titulares e três suplentes. Uma das suplências, entretanto, será cedida ao Partido Novo, por acordo. Neste momento, entretanto, o partido tem 11 parlamentares pedindo oficialmente vagas às quais o PL terá direito, afirma Sóstenes. Alguns desses nomes já são falados abertamente no partido, como as deputadas Bia Kicis (DF), Coronel Fernanda (MT), e Daniela Reinehr (SC), além dos deputados Zé Trovão (SP), Coronel Chrisóstomo (AM) e André Fernandes (CE). O número de pedidos, porém, tende a aumentar. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), por exemplo, disse que entrará na briga para ser membro titular do colegiado. A CPI é vista como um dos principais flancos de desgaste ao governo neste ano. — É claro que vou querer ser titular da CPI do INSS, essas irregularidades têm que ser apuradas e combatidas — disse o parlamentar mineiro. Sóstenes destaca que a definição sobre os membros do colegiado será feita na semana que vem. — Tenho 11 parlamentares pedindo por cinco vagas e é natural que outros nomes surjam nessa disputa. Todo mundo quer participar. O Hugo (Motta) já nos informou que não conseguiremos a relatoria da CPI, ainda está definindo quem será o relator. Na semana que vem, vamos definir quem serão os indicados pelo PL — afirma. Ex-ministro indicado no PTNo PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é certo que o deputado Paulo Pimenta (RS), ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom), ocupará uma das duas vagas titulares. A segunda dos petistas ainda não foi definida, segundo o líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (RJ). — O único certo na CPI, até o momento, é o Paulo Pimenta. Ele é experiente e bom de briga — disse Lindbergh . O início dos trabalhos da CPI do INSS está previsto para o segundo semestre. A iniciativa de se criar o colegiado veio da deputada do PL Coronel Fernanda. |
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