![]() Em um cenário desafiador, com um orçamento inicial que previa um déficit superior de quase R$ 80 milhões para 2025, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) adotou uma abordagem de gestão financeira austera, porém estratégica, que não apenas evitou cortes generalizados, como também resultou em um significativo reequilíbrio fiscal. O foco da administração foi otimizar recursos e ampliar receitas, garantindo sustentabilidade para o presente e o futuro do movimento olímpico brasileiro.
Leia também: COB aprova candidatura de Rio e Niterói ao Pan-Americano de 2031 A mudança começou com uma revisão orçamentária profunda e colaborativa. “Um dos pontos mais sensíveis é avaliar o orçamento do ano que se inicia”, afirmou Marcelo Vido, diretor de Operações do COB, que é ex-jogador de basquete olímpico, com passagens pelo Atlético-MG, Minas Tênis Clube e Flamengo. “Então revisamos, mostramos para todos os líderes, em torno de 28 pessoas em diversos segmentos, que a gente precisava fazer uma análise mais rigorosa do orçamento de 2025, pensando em 2026, 2027 e terminando no ciclo olímpico em 2028.” Essa revisão envolveu 22 reuniões e mais de 16 horas de discussões entre os setores. O processo, segundo Vido, foi extremamente colaborativo, com todas as áreas entendendo a importância de uma abordagem racional e disciplinada. “Se eu fosse olhar apenas como diretor financeiro, poderia cortar 15%, 10%… ou aumentar em 5%. Mas não é nisso que acredito. O orçamento é de todos e é uma ferramenta muito amigável de se trabalhar”, afirmou. Novas receitasA estratégia adotada pelo COB não passou apenas por ajustes nos gastos. Embora medidas de contenção tenham sido implementadas, o foco esteve na reavaliação e priorização de investimentos de maior impacto e eficiência. Além disso, o comitê adotou uma postura proativa na busca por novas fontes de receita. A inclusão de projetos incentivados representa uma virada de chave importante. O objetivo não é apenas captar para o COB, mas para o conjunto das 38 confederações filiadas. “Essas novas receitas não são para o COB somente, são para o movimento olímpico. Queremos ser um hub para essas confederações. Nosso CNPJ pode ter até seis projetos, mas precisamos pensar maior. Temos que trabalhar na área de Esporte do COB para buscar mais recursos para outras confederações também.” Outro ponto relevante é a forma como os recursos são redistribuídos internamente. Segundo Vido, aproximadamente 85% do montante proveniente das loterias federais é repassado para as confederações de forma estratégica e meritocrática. Leia também: Apostas da Mega financiam atletas olímpicos? Diretor do COB explica “Esse recurso é quase todo redistribuído de forma inteligente, para que as confederações também melhorem seus processos. E não estamos falando só de Jogos Olímpicos. Tem Panamericano, Sul-Americano, Jogos da Juventude… Um ciclo completo, com várias competições que a área de Esporte está muito atenta”, complementou. Além da reorganização financeira, o COB também investe em fortalecer sua estrutura interna. Em parceria com a Deloitte, está sendo desenvolvida uma política de crescimento para os funcionários, visando valorização, qualificação e retenção de talentos, elemento fundamental para sustentar a nova filosofia administrativa da entidade. Leia também: Polêmicas à parte, patrocínios do COB contrastam com confederações em Paris |
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