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Como a nova gestão do COB conseguiu refazer orçamento que previa déficit de R$ 80 mi

- 12/05/2025 13 Visualizações 13 Pessoas viram 0 Comentários
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Em um cenário desafiador, com um orçamento inicial que previa um déficit superior de quase R$ 80 milhões para 2025, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) adotou uma abordagem de gestão financeira austera, porém estratégica, que não apenas evitou cortes generalizados, como também resultou em um significativo reequilíbrio fiscal. O foco da administração foi otimizar recursos e ampliar receitas, garantindo sustentabilidade para o presente e o futuro do movimento olímpico brasileiro.


O movimento é amplamente comemorado pela instituição pouco mais de 100 dias depois da nova gestão, iniciada em janeiro sob o comando de Marco La Porta, eleito em outubro do ano passado.

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A mudança começou com uma revisão orçamentária profunda e colaborativa. “Um dos pontos mais sensíveis é avaliar o orçamento do ano que se inicia”, afirmou Marcelo Vido, diretor de Operações do COB, que é ex-jogador de basquete olímpico, com passagens pelo Atlético-MG, Minas Tênis Clube e Flamengo. “Então revisamos, mostramos para todos os líderes, em torno de 28 pessoas em diversos segmentos, que a gente precisava fazer uma análise mais rigorosa do orçamento de 2025, pensando em 2026, 2027 e terminando no ciclo olímpico em 2028.”

Essa revisão envolveu 22 reuniões e mais de 16 horas de discussões entre os setores. O processo, segundo Vido, foi extremamente colaborativo, com todas as áreas entendendo a importância de uma abordagem racional e disciplinada. “Se eu fosse olhar apenas como diretor financeiro, poderia cortar 15%, 10%… ou aumentar em 5%. Mas não é nisso que acredito. O orçamento é de todos e é uma ferramenta muito amigável de se trabalhar”, afirmou.

Novas receitas

A estratégia adotada pelo COB não passou apenas por ajustes nos gastos. Embora medidas de contenção tenham sido implementadas, o foco esteve na reavaliação e priorização de investimentos de maior impacto e eficiência. Além disso, o comitê adotou uma postura proativa na busca por novas fontes de receita.

Entre as novidades estão os recursos oriundos das apostas esportivas e projetos incentivados via leis de incentivo fiscal, ferramentas que o COB não utilizava até então. “A gente conseguiu vislumbrar novas receitas, dentre elas o recurso das bets, embora ainda sem parâmetro definido. Fizemos uma previsão conservadora, espero eu”, explicou Vido.

“Nos outros clubes que passei, a gente trabalhava muito com a lei do incentivo. E não é só federal, mas também estadual e municipal, dependendo da cidade. Essa cultura precisa chegar ao COB e às confederações.”

A inclusão de projetos incentivados representa uma virada de chave importante. O objetivo não é apenas captar para o COB, mas para o conjunto das 38 confederações filiadas. “Essas novas receitas não são para o COB somente, são para o movimento olímpico. Queremos ser um hub para essas confederações. Nosso CNPJ pode ter até seis projetos, mas precisamos pensar maior. Temos que trabalhar na área de Esporte do COB para buscar mais recursos para outras confederações também.”

Outro ponto relevante é a forma como os recursos são redistribuídos internamente. Segundo Vido, aproximadamente 85% do montante proveniente das loterias federais é repassado para as confederações de forma estratégica e meritocrática.

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“Esse recurso é quase todo redistribuído de forma inteligente, para que as confederações também melhorem seus processos. E não estamos falando só de Jogos Olímpicos. Tem Panamericano, Sul-Americano, Jogos da Juventude… Um ciclo completo, com várias competições que a área de Esporte está muito atenta”, complementou.

Além da reorganização financeira, o COB também investe em fortalecer sua estrutura interna. Em parceria com a Deloitte, está sendo desenvolvida uma política de crescimento para os funcionários, visando valorização, qualificação e retenção de talentos, elemento fundamental para sustentar a nova filosofia administrativa da entidade.

Em pouco mais de 100 dias, o Comitê conseguiu não apenas reorganizar seu orçamento, mas também implementar um modelo de gestão que prioriza responsabilidade fiscal, visão de longo prazo e impacto direto no desenvolvimento do esporte olímpico nacional.

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