O que pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso é um detalhe. Para a OdontoCompany, a maior rede de clínicas odontológicas do planeta, o pulo do gato foi mudar a forma de olhar para o negócio da odontologia. Na década de 1990, enquanto muitos dos seus colegas cobravam caro pelos aparelhos ortodônticos, o recém-formado Paulo Zahr decidiu oferecer o aparelho gratuitamente e cobrar pela manutenção. “Foi uma mudança na forma de ver o negócio que, hoje, é copiada no mundo inteiro”, afirma Zahr, em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo. A localização da sua primeira clínica, aberta em frente à estação rodoviária de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, também foi essencial. “Eu sempre soube que queria atender a classe C e D. Por isso, estar onde as pessoas circulavam era muito importante”, afirma. A empresa cresceu de forma consistente mas a passos lentos até firmar, em 2010, uma parceria com José Carlos Semenzato, dono na SMZTO Holding de Franquias Setoriais. Organizando um modelo de franquias, a empresa alcançou a marca de 2.100 unidades espalhadas em mais de 1.350 municípios em todos os estados, passou de 12 milhões de clientes, em 1.350 cidades em todos os estados brasileiros – o que faz dela a maior rede de clínicas odontológicas do planeta. “Temos 24 mil dentistas no grupo e 10% do mercado. Acho que dá para chegar a 20% de market share”, afirma Zahr. Movimento de consolidaçãoO crescimento exponencial da rede voltada para classes C e D chamou a atenção de investidores acostumados com o público AAA. O fundo L Catterton, que tem entre seus sócios Bernard Arnault, dono da LVMH, a holding de luxo que detém marcas como Louis Vuitton, Dior e Moët & Chandon, adquiriu um terço da OdontoCompany em 2019. Para a brasileira, a entrada do fundo trouxe uma visão de compliance e organização globais da porta para a dentro. Da porta para fora, impulsionou a companhia a fechar parcerias estratégicas com grandes empresas internacionais como a Invisalign, que produz aparelhos removíveis e realinhadores dentais. A entrada do fundo acelerou a expansão da rede e consolidou o processo de fusões e aquisições. O primeiro movimento do tipo aconteceu com a rede Oral Sin. “Havia uma clínica do lado da minha em São José do Rio Preto, mas ela não mexia no meu resultado. E eles iam muito bem também”, afirma Zahr que investigou o negócio antes da oferta de compra de 40% inicialmente, mantendo os fundadores como sócios. Em 2021, a OdontoCompany comprou os 60% restantes. “Quintuplicamos, em quatro anos, o faturamento da empresa, que saiu de R$ 180 milhões para R$ 1 bilhão”, diz. No grupo, o faturamento foi de R$ 5 bilhões. Na sequência, veio o movimento de aquisição de parte da Orthodontics, rede fundada no Sul do país, que deve seguir o mesmo caminho da Oral Sin. “Já no primeiro ano quase dobramos o EBITDA da empresa e neste ano vamos ter o mesmo montante de inaugurações que os últimos quatro anos somados”, diz. Sem nenhum player para novos M&As em vista por enquanto, a empresa foca no seu próprio crescimento. Para os próximos cinco anos, a expectativa é ultrapassar a marca de 4 mil unidades, com 300 inaugurações por ano. E, quem sabe, se preparar para um IPO. A história da OdontoCompany, a expansão da empresa e seus planos para o futuro são o tema do episódio da última sexta-feira (12) do Do Zero ao Topo. O programa está disponível em vídeo no YouTube e em sua versão de podcast nas principais plataformas de streaming como ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Google Podcast, Castbox e Amazon Music. Sobre o Do Zero ao TopoO podcast Do Zero ao Topo entra no seu quinto ano de vida e traz, a cada sexta-feira, a história de mulheres e homens de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias usadas na construção do negócio. O programa já recebeu nomes como o Fernando Simões, do Grupo Simpar; Stelleo Tolda, um dos fundadores do Mercado Livre; o empresário Abílio Diniz; Rodrigo Galindo, chairman da Cogna; Paulo Nassar, fundador e CEO da Cobasi; Mariane Morelli, cofundadora do Grupo Supley; Luiz Dumoncel, CEO e fundador da 3tentos; José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner; Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos; e contou dezenas de histórias de sucesso. Confira a lista completa de episódios do podcast neste link. |
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