A calvície (ou a queda de cabelo em geral) é uma preocupação que vai além da estética, especialmente quando associada ao estresse e à saúde mental. Embora a calvície tenha causas genéticas e hormonais, fatores emocionais podem intensificar a perda capilar e agravar quadros preexistentes. Especialistas explicam como essas condições se conectam e como proteger a saúde capilar. Como o estresse afeta os fiosO estresse é um dos principais gatilhos para o eflúvio telógeno, um tipo de queda de cabelo temporária que ocorre quando o corpo reage a situações adversas ou mudanças metabólicas e hormonais. “O eflúvio telógeno geralmente é uma resposta do corpo a um fator estressante ou a mudanças metabólicas e hormonais”, explica a dermatologista Isabel Martinez. Segundo Ana Carolina Sumam, médica dermatologista, momentos de grande pressão emocional podem provocar queda difusa, que afeta de maneira generalizada todo o couro cabeludo.
Quando o estresse se torna crônico, há um impacto ainda maior na saúde capilar. A dermatologista Ana Carolina destaca que, além de acelerar a perda dos fios, o estresse também pode dificultar o crescimento de novos cabelos, agravando quadros como a calvície androgenética. Saúde mental e alopeciaCondições autoimunes, como a alopecia areata, também podem ser desencadeadas ou agravadas por questões emocionais. Nesse caso, a queda de cabelo acontece de forma localizada, em áreas circulares do couro cabeludo, podendo avançar para a perda total dos fios. “Na alopecia areata, o sistema imunológico ataca os folículos capilares, resultando em áreas sem cabelo, mas a condição é reversível na maioria dos casos”, ressalta Ana Carolina. A dermatologista explica que na alopecia androgenética, o estresse atua como um acelerador.
Tratamentos e abordagens integradaCuidar da saúde emocional é essencial para conter a queda de cabelo associada ao estresse. Isabel Martinez reforça que os tratamentos capilares são mais eficazes quando aliados ao controle do estresse e a um estilo de vida equilibrado. “Controlar o estresse, evitar deficiências nutricionais e proteger o cabelo de fatores externos são práticas que ajudam a manter a vitalidade dos fios”, aponta a especialista. Para tratamentos específicos, o uso de medicamentos como o minoxidil e os inibidores de 5-alfa-redutase, como finasterida, são opções comuns, mas precisam ser indicados por um dermatologista. Além disso, há terapias de consultório, como laser e microagulhamento, que podem revitalizar o couro cabeludo. Leia também: O que é a calvície? Veja os tipos e os possíveis tratamentos Em quadros mais complexos, a alopecia areata pode requerer intervenções como corticoides ou imunomoduladores. Terapias regenerativas, como o Plasma Rico em Plaquetas (PRP), também têm mostrado bons resultados, embora ainda sejam mais comuns em países como os Estados Unidos e a Europa. Sinais de alerta e a importância do diagnóstico precoceEstar atento aos primeiros sinais de queda de cabelo é fundamental. “Perceber o couro cabeludo mais visível, especialmente com o cabelo molhado, é um indicativo de que pode haver um problema evoluindo para a calvície”, alerta Isabel. O diagnóstico preciso requer exames como a tricoscopia, que analisa o couro cabeludo em detalhes e ajuda a identificar características específicas da queda de cabelo. Segundo Ana Carolina, exames laboratoriais também podem ser necessários para avaliar fatores hormonais e nutricionais. Embora a calvície possa ter um forte componente genético, cuidar da saúde mental e controlar o estresse são medidas essenciais para preservar a saúde capilar e evitar agravamentos. |
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