![]() Falar de finanças é uma dificuldade para muitos brasileiros, mas falar disso entre casal é ainda mais desafiador. O assunto tornou-se uma das maiores causas de divórcio no País, se transformando em um verdadeiro tabu nas relações. Mas será que é possível entrar em acordo e conseguiu juntar R$ 50 mil em um ano em conjunto? Pode até parecer uma meta ousada, mas especialistas ouvidos pelo InfoMoney dizem que é possível sim, especialmente se o esforço for compartilhado. Porém, para um casal conseguir sentar e fazer as contas é essencial antes de tudo aprender a conversar sobre dinheiro com clareza, com objetivo claro e alinhando as expectativas. A boa notícia é que, com organização, diálogo e disciplina, dá para alcançar esse objetivo e ainda fortalecer a parceria. Quanto investir por mês para alcançar R$ 50 mil?A resposta depende da rentabilidade esperada dos investimentos escolhidos. Com a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, especialistas recomendam aplicações de baixo risco e alta liquidez, como o Tesouro Selic ou CDBs que acompanham a taxa. A planejadora financeira Rejane Tamoto estima que, com uma rentabilidade de 1,17% ao mês de um Tesouro Selic, o casal precisa investir R$ 3.905,30 mensais (R$ 1.952,65 para cada um, se dividirem igualmente) para chegar aos R$ 50 mil em 12 meses. Se o rendimento for mais conservador, de 1% ao mês, o valor sobe um pouco: R$ 3.942,44 por mês. A economista e planejadora financeira Mara Bernardes sugere que, em um cenário mais cauteloso, com retorno de 0,8% ao mês de um CDB, a dupla também pode conseguir. Mas terá de se basear primeiro na renda de cada um para definir os aportes proporcionalmente. “Se um dos parceiros ganha R$ 10 mil e o outro R$ 6 mil, por exemplo, o ideal seria investir R$ 2.288 e R$ 1.433, respectivamente.” Para o planejador financeiro André Massaro, o casal pode usar a proporção entre os salários como base para dividir os aportes. “Mas o importante mesmo é que os depósitos sejam feitos mensalmente e sem falhas”. Combinar é essencialOs especialistas ouvidos concordam que o maior desafio para o casal não é o montante de dinheiro mas o diálogo. “Falar sobre dinheiro ainda é tabu e muitas vezes o assunto só aparece quando há problema. Isso mina a relação”, diz Rejane Tamoto. Para evitar isso, o ideal é que o casal defina um objetivo conjunto — como uma viagem, dar entrada em um imóvel ou fazer uma reserva de emergência — e crie um plano financeiro compartilhado. Isso exige transparência sobre a renda de cada um, despesas individuais e disposição para ajustar hábitos. Se houver diferença de renda entre os parceiros, a sugestão é fazer os aportes de forma proporcional. Outra alternativa é um parceiro investir enquanto o outro cuida de despesas da casa, desde que ambos estejam alinhados com a meta comum. Veja as dicas de especialistas para fazer acontecer:
Comece entendendo sua realidadeAntes de qualquer passo, é essencial que o casal saiba exatamente quanto entra e quanto sai por mês. Isso se faz com um fluxo de caixa detalhado, separando os gastos fixos dos variáveis. A partir daí, é possível criar um orçamento com metas realistas, inclusive de simulação da economia mensal. E não se esqueçam: cada casal tem sua dinâmica e não existe uma fórmula única. O importante é que ambos estejam comprometidos com a mesma meta e que as decisões financeiras sejam tomadas em conjunto, com respeito e transparência. “Quando falamos de dinheiro, quase nunca é sobre excesso, mas sobre restrição, e isso pode gerar atritos. O segredo está em combinar antes. O método de contribuição pode variar, mas o acordo tem que existir”, afirma Massaro. Leia Mais: Como juntar R$ 10 mil em um ano: veja quanto investir por mês e por onde começar |
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