 (Reuters) – A confiança na União Europeia e em suas instituições aumentou para um nível mais alto em quase duas décadas, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, altera o comércio global e a política externa norte-americana. A pesquisa Eurobarometer da Comissão Europeia mostra que 52% dos europeus confiam na UE, o número mais alto desde 2007, com os jovens entre 15 e 24 anos expressando a maior confiança, com 59%. Apenas 36% dos entrevistados disseram confiar em seus governos nacionais. Os resultados surgem em meio a tensões sem precedentes entre o bloco e os EUA e poucos dias depois que Trump adiou a ameaça de tarifas de 50% sobre as importações da UE até 9 de julho, permitindo a continuidade das negociações entre Washington e Bruxelas. Trump não foi mencionado diretamente nas perguntas. A pesquisa foi realizada entre 26 de março e 22 de abril em todos os 27 estados-membros da UE, com 26.368 entrevistas presenciais. O apoio ao euro atingiu o nível mais alto de todos os tempos, com 74% de todos os cidadãos da UE e 83% dos moradores da zona do euro apoiando uma união econômica e monetária europeia com uma única moeda. Apesar do forte apoio à moeda comum, os europeus continuam divididos em relação às condições econômicas atuais, com 44% descrevendo a economia europeia como boa, mas 48% considerando-a negativa. No entanto, 43% esperam que as condições econômicas permaneçam estáveis no próximo ano. A pesquisa também revela um forte apoio a outras áreas da integração da UE, especialmente em segurança e defesa, onde 81% dos entrevistados são a favor de uma política comum entre os Estados-membros — o nível mais alto desde 2004. Na terça-feira, a UE aprovou a criação de um fundo de armas de 150 bilhões de euros, impulsionado pelo temor de um ataque russo nos próximos anos e por dúvidas sobre os compromissos de segurança dos EUA com o continente. O apoio à política da UE para a Ucrânia continua forte, com 77% dos entrevistados considerando a invasão russa ao país como uma ameaça à segurança da UE e 72% apoiando as sanções econômicas contra a Rússia. “A invasão da Ucrânia pela Rússia continua a ser considerada a questão mais importante em nível da UE”, disse o Eurobarometer.
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