O ano de 2024 foi uma caixinha de surpresas. Quando se trata do mercado de trabalho brasileiro, viu-se taxas de desemprego em níveis historicamente baixos, mas com empregadores ainda sofrendo para encontrar talentos qualificados, principalmente na área do mercado financeiro, segundo especialistas e, recrutamento e seleção consultados pelo InfoMoney. Diante deste quadro, o que esperar do mercado de trabalho para o setor em 2025? Para a gerente da Robert Half, empresa de consultoria de negócios e soluções de talentos, Sara Santos, o mercado financeiro passa por um momento de transformação digital acelerada, “impulsionado por iniciativas como o Open Banking, que oferece mais transparência e liberdade ao consumidor na escolha de serviços financeiros”. Além disso, ela enxerga o crescimento das fintechs como um motor significativo, já que elas abrem espaço para mais inovações no mercado, aumentando a competição.
Inovação e tecnologiasSegundo Juliana França, gerente-executiva da Michael Page, as novas tecnologias, como a inteligência artificial, fazem com que diversas áreas tenham uma demanda maior de profissionais. Tais inovações começam a eliminar funções puramente operacionais e repetitivas, acrescentam Joaquim Patto, diretor da Mercer responsável pela área de serviços financeiros e Rafael Ricarte, diretor de negócios de carreira da Mercer. Leia também: Agro, finanças e tech: as profissões que prometem em 2025; salário chega a R$ 80 mil Os especialistas acreditam que esse boom tecnológico passa a obrigar os profissionais a buscar por uma nova jornada por meio da atualização tecnológica e recapacitação. “Também a tecnologia cria possibilidades e funções, produtos e serviços e intersecções entre funções e setores antes não imaginadas”, afirma Patto. CapacitaçãoNo relatório Guia Salarial Brasil 2025, Lucas Toledo, diretor executivo da Michael Page, descreve que no ano que vem deve haver mais empresas investindo na contratação de profissionais já capacitados para implementar estratégias para a automatização de processos, com foco em produtividade e redução de despesas. Por conta desse número maior de novidades tecnológicas, as empresas buscam por mais profissionais que consigam se desenvolver de forma autônoma, sem depender exclusivamente de cursos formais, segundo Juliana. Em especial no mercado financeiro, a capacitação virou um pilar estratégico. A inteligência artificial é empregada para monitoramento de transações, prevenção de fraudes e personalização de serviços, mas esse tipo de avanço no setor exige uma integração entre tecnologia e expertise humana. “Atualmente, as empresas valorizam a busca por conhecimento sobre novas ferramentas, mais do que o domínio completo dessas tecnologias, como um diferencial competitivo”, afirma Sara. Por outro lado, a gerente do Robert Half entende que há uma linha tênue entre capacitar internamente ou buscar profissionais prontos, já que há fatores externos relacionados à realidade de cada negócio, como “custo-benefício, necessidade de expertise específica e cultura organizacional”. Mas ela acredita que, por conta da crescente escassez de talentos disponíveis, o investimento em programas de capacitação interna tem ganhado força. Os diretores da Mercer concordam que tanto a estratégia de já procurar profissionais capacitados quanto a de capacitar internamente são viáveis, lembrando que há a possibilidade de também contratar freelancers ou temporários.
Áreas em alta no mercado financeiroDe acordo com a Robert Half, as áreas mais necessitadas de profissionais no segmento são: comercial, compliance, auditoria, controles internos, crédito e risco, e fusões e aquisições. “Isso se reflete na demanda por posições estratégicas, como associate de fusões e aquisições, vice-presidente ou gerente de crédito e risco, associate de compliance e diretor(a) de Finanças”, disse Sara. Ela explica que essas áreas estão diretamente envolvidas com a complexidade crescente do ambiente regulatório, assim como a busca por eficiência e inovação nas operações financeiras. Já a Mercer vê mais demanda em meios de pagamento, “graças às inovações tecnológicas disponíveis e as plataformas de multiprodutos dos Bancos digitais”. 8 profissões mais requisitadas no mercado financeiro em 2025O relatório anual da Michael Page consulta empresas de todos os portes (pequena, média e grande) em 12 setores de todo o Brasil. Veja os oito cargos mais requisitados para o mercado financeiro: Analista Sênior de Operações – Gestoras de Recursos/Gestoras de PatrimônioO que faz: responsável por garantir a execução, eficiência e conformidade das operações financeiras nos fundos de investimentos. Assegura a eficiência, conformidade e integração das operações financeiras entre Back, Middle e Front Office. Salário: R$ 10 mil a R$ 16 mil (Remuneração fixa) + R$ 50,5 mil (Bônus anual). Especialista de Crédito – Gestoras de Recursos/Gestoras de PatrimônioO que faz: gerencia e analisa ativos de crédito, avaliando emissores, monitorando riscos, elaborando relatórios e contribuindo para estratégias e decisões de alocação. Salário: R$ 12,5 mil a R$ 20 mil (Remuneração fixa) + R$ 162,5 mil (Bônus anual). Gerente de Produtos – Serviços FinanceirosO que faz: lidera estratégias, desenvolvimento e gestão de portfólios, alinhando inovação às necessidades do mercado, coordenando equipes e otimizando produtos para atingir objetivos organizacionais. Salário: R$ 26,1 mil a R$ 52,2 mil (Remuneração fixa) + R$ 79,4 mil (Bônus anual). Gerente de Planejamento EstratégicoO que faz: lidera o planejamento estratégico de bancos, alinhando metas à estratégia geral, identificando oportunidades, otimizando operações e coordenando equipes para alcançar eficiência e rentabilidade. Salário: R$ 17,7 mil a R$ 34,3 mil (Remuneração fixa) + R$ 35,5 mil (Bônus anual). Gerente ContábilO que faz: responsável por supervisionar as atividades contábeis da empresa, garantindo a precisão dos registros financeiros, a conformidade com normas fiscais e regulatórias, e a elaboração de relatórios gerenciais e balanços. Salário: R$ 20 mil a R$ 28 mil Gerente FiscalO que faz: responsável por garantir o cumprimento das obrigações fiscais da empresa, gerenciar a apuração e o pagamento de impostos, planejar estratégias tributárias para otimizar a carga fiscal, além de acompanhar mudanças na legislação e lidar com fiscalizações e auditorias. Salário: R$ 20 mil a R$ 28 mil Gerente de Fusões e AquisiçõesO que faz: coordena e gerência processos de fusões, aquisições e desinvestimentos, realizando análises financeiras e due diligence, desenvolvendo estratégias de integração, e negociando com partes envolvidas para garantir transações bem-sucedidas. Salário: R$ 22 mil a R$ 35 mil Diretor FinanceiroO que faz: responsável por gerenciar as finanças de uma empresa. Ele supervisiona áreas como planejamento financeiro, controle de custos, tesouraria, contabilidade, e gestão de riscos, além de garantir a saúde financeira da organização. Também atua na definição da estratégia financeira, captação de recursos e comunicação com investidores. Salário: R$ 45 mil a R$ 80 mil |
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