Acompanhando uma sessão de recuperação generalizada da Bolsa, as construtoras registraram fortes avanços na véspera, como foi o caso de MRV (MRVE3), com +5,94%; Cyrela (CYRE3), +2,33%, e Direcional (DIRR3), +3,37%. Ou seja, as maiores representantes de cada seguimento mostraram valorização.

Ainda assim, MRV e Cyrela, por exemplo, acumulam desempenho negativo ao longo de 2024, com perdas, respectivamente, de 34,9% e 13,98%. Mas, exatamente, o que ajudou as construtoras nesta quinta?

Parte da resposta está no alívio com os DIs na última sessão, que representam as expectativas de juros futuros. De acordo com analistas, o desempenho das ações de construtoras está diretamente relacionado com as taxas de juros.

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Mesmo com a Selic ainda em patamar elevado, algumas companhias listadas na Bolsa têm apresentado desempenho positivo em suas vendas, sobretudo no segmento de média/alta renda.

Para os imóveis do segmento de baixa renda, os lançamentos seguem superando as vendas.

Ainda assim, para o Goldman Sachs, isso não se apresenta como um problema pela redução dos meses de estoque, que caíram de 8,9 para 7,7 no primeiro trimestre de 2024.

Mesmo com menos vendas que suas concorrentes de alta renda, as companhias do segmento têm apresentado valorização em 2024, caso da Direcional, que sobe 17,73% no ano.

A Direcional tem figurado entre as preferidas de investidores no segmento de baixa renda, de acordo com o Goldman, por apresentar fundamentos sólidos.

A construtora, assim como a MRV, apresentou desempenho positivo nos papéis em maio, ao contrário da maioria dos papéis do setor. As taxas de financiamento ainda elevadas pelos juros tem pesado nas compras de imóveis, de acordo com André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, e isso tem refletido negativamente no desempenho das ações.

Construtoras: ajuda do Minha Casa, Minha Vida

As companhias que mais têm sofrido para zerar seus estoques são as que estão mais alavancadas. Fernandes destaca, no entanto, que as construtoras que apresentam baixa alavancagem e conseguiram passar pela pandemia sem dificuldades apresentam boa performance.

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Outro fator que tem auxiliado as companhias é o programa Minha Casa Minha Vida. A expectativa é que construtoras como Cury (CURY3), Direcional, MRV, Plano & Plano (PLPL3) e Tenda (TEND3) sigam apresentado bons resultados como efeito do programa habitacional.

Os balanços das construtoras devem seguir no campo positivo ao longo de 2024 e 2025, como resultado do reconhecimento contábil das vendas já feitas com preços maiores. Isso acontece porque as empresas de construção apuram a receita das vendas de modo proporcional ao andamento das obras.

Portanto, as vendas feitas ao longo do ano passado só vão compor os balanços ao longo deste ano e do próximo, quando os imóveis vendidos na planta estiverem prontos.

Uma das preferidas do setor, compondo escolha do JPMorgan e do Goldman Sachs, é a Cyrela. Ainda assim, a MRV se apresenta como uma das mais baratas do setor, considerando dados como preço sobre lucro.

Desempenho das construtoras em 2024

(Com Estadão)