 SÃO PAULO (Reuters) – As contas de luz terão bandeira tarifária amarela no mês de maio, com custo adicional aos consumidores, anunciou nesta sexta-feira a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A mudança da bandeira tarifária, que desde dezembro do ano passado vinha permanecendo verde, sem cobranças extras, ocorreu devido à redução das chuvas com transição do período chuvoso para o período seco do ano, disse a agência reguladora. “Com o fim do período chuvoso, a previsão de geração de energia proveniente de hidrelétrica piorou, o que nos próximos meses poderá demandar maior acionamento de usinas termelétricas, que possuem energia mais cara”, acrescentou a Aneel. A bandeira amarela impõe um custo extra de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. O acionamento da bandeira amarela em maio já vinha sendo previsto por consultorias, que apontavam também a possibilidade de custos ainda maiores nos próximos meses, com bandeiras vermelha 1 e 2 nos próximos meses. O encarecimento dos custos de geração ocorre mesmo com os principais reservatórios das usinas hidrelétricas, ainda principal fonte da matriz brasileira, devendo alcançar mais de 70% da capacidade ao final de maio, nível geralmente considerado confortável para o início do período seco. Uma das explicações que têm sido colocadas para esse aumento dos custos de geração é a alteração do modelo de cálculo do preço de energia no mercado de curto prazo (PLD), que se tornou mais avesso a risco. Essas mudanças nos modelos de precificação da energia visam melhorar a valoração do custo da água e deram mais peso para cenários pessimistas, que contemplam potencial de seca extrema drenando os reservatórios de hidrelétricas.
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