A semana será marcada por decisões de juros e dados de inflação. Os Bancos Centrais do Brasil e da Zona do Euro apresentarão as direções da política monetária na quarta-feira (11) e quinta-feira (12), respectivamente. Já nos EUA e na China, o destaque será a divulgação de dados de inflação ao longo da semana.

Na agência doméstica, as atenções se voltam para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Com taxas de juros futuras batendo recordes nos últimos dias, analistas já precificam uma alta mais expressiva na taxa básica de juros, na quarta-feira.

“Esperamos que o comitê entregue alta de 1,00 pp. na taxa Selic para fazer frente ao cenário adverso para taxa de câmbio e inflação”, considera o time de economia da XP Investimentos.

Antes disso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentará o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro. O dado deve trazer aceleração tanto em serviços quanto em alimentação, segundo a XP, ainda que a energia elétrica contribua para a deflação. Os números devem corroborar a necessidade de alta na taxa básica.

O IBGE apresentará mais duas pesquisas, sobre serviços e sobre comércio, na quarta e na quinta-feira. Já na sexta, será a vez o BC divulgar o Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br), a prévia do PIB.

Já em Brasília, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deve votar na próxima quarta-feira (11) a regulação da reforma tributária (PLP 68/2024). A informação foi confirmada nesta quinta-feira (5) por líderes partidários após reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

O vice-líder do governo, senador Otto Alencar (PSD-BA), também acredita que a matéria pode ser votada no mesmo dia em Plenário.

O mercado também acompanhará de perto a sabatina de nomes indicados pelo governo à diretoria do Banco Central, marcada para quarta-feira.

Inflação nos EUA e na China, e decisão do BCE

Os dados da inflação dos EUA e da China serão acompanhados de perto ao longo desta semana. O CPI (inflação ao consumidor) e o PPI (inflação ao produtor) serão divulgados na quarta e na quinta, respectivamente. No caso dos EUA, os números sustentarão (ou não) a expectativa de um corte de juros de 25 pontos-base na próxima reunião do Federal Open Market Comittee (FOMC) do Federal Reserve (Fed).

As últimas notícias da economia por lá vieram com os dados do mercado de trabalho. O principal deles, o payroll (folha de pagamento), trouxe aumento de abertura de vagas acima do esperado por analistas e muito maior do que a estabilidade vista em outubro. Como reação, as apostas pelo corte na decisão de juros, que será divulgada em 18 de dezembro, aumentaram.

Já na China, o mercado ainda acompanha a implementação de estímulos e especula se mais medidas serão necessárias. Os dados de inflação ao consumidor e ao produtor, que serão conhecidos na segunda, somados aos resultados do comércio exterior, na terça, apresentarão um panorama mais atualizado para investidores.

Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) se reunirá na quinta-feira e economistas esperam, em sua maioria, outro corte de 25 pontos-base na taxa de juros, o quarto movimento desse tipo neste ano.

Christine Lagarde, presidente do BCE, fez pouco para influenciar essas expectativas, dizendo apenas que o banco seguirá uma abordagem dependente de dados e de reunião a reunião. A mandatária destacou, nesta semana, que o crescimento econômico da zona do euro pode ser mais fraco nos próximos meses e as perspectivas de médio prazo são incertas, com predominância de riscos negativos.

No Japão, o PIB do terceiro trimestre será apresentado no domingo.

Confira a agenda completa:

(com Reuters, Agência Senado e Estadão Conteúdo)