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Craniotomia minimamente invasiva: entenda mais sobre o procedimento feito em Lula

- 10/12/2024 2 Visualizações 2 Pessoas viram 0 Comentários
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou por uma cirurgia de emergência na madrugada de terça-feira (10), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), para a drenagem de um hematoma intracraniano. 

A equipe médica do presidente afirmou que esse sangramento tardio foi consequência da queda que ele sofreu em outubro deste ano. Ele foi levado ao hospital após se queixar de fortes dores de cabeça.

Em um boletim médico divulgado durante a madrugada, uma craniotomia teria sido realizada. Segundo Reynaldo Brandt, neurocirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein, isso significa que houve uma abertura do crânio através de uma retirada de parte (maior ou menor) de osso craniano, para encontrar a hemorragia e drenar o sangue.

Porém, o presidente passou por uma trepanação. O procedimento cirúrgico funciona da seguinte forma: há uma perfuração no crânio com uma broca neurocirúrgica, para acessar o cérebro ou remover um pedaço do osso para drenar hemorragias, aliviar lesões cerebrais e inchaços.

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De acordo com o boletim médico, será realizada uma entrevista coletiva às 9h para detalhar o estado de saúde de Lula

Para tratar o caso de Lula, foi realizada uma craniotomia minimamente invasiva, procedimento que, de acordo com Victor Hugo Espíndola, neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares, “envolve a abertura de um pequeno orifício no crânio para drenar o hematoma acumulado”.

“Após a drenagem, um dreno é inserido temporariamente, permanecendo por 24 a 48 horas para garantir a remoção completa do líquido. Normalmente, o paciente passa até 48 horas em observação na UTI, seguido de um breve período no quarto, antes de receber alta hospitalar. É uma recuperação tranquila na maioria dos casos.”

Consequências da queda

Espíndola disse que Lula teve um hematoma subdural crônico, uma condição comum em idosos que geralmente ocorre entre 20 e 45 dias após um trauma (como a queda que o presidente sofreu).

Segundo o neurocirurgião, um hematoma desse tipo não ocorre dentro do cérebro, mas entre o cérebro e uma membrana chamada duramáter. 

“É um sangramento lento e progressivo que, no início, não causa sintomas aparentes. O paciente vai se adaptando até que o volume acumulado comece a pressionar o cérebro, causando sinais como dores de cabeça, perda de força de um lado do corpo, alterações na fala e sonolência. Em casos graves, pode levar até mesmo ao coma.”

Espíndola também destaca que esse tipo de hematoma demora para ser “sentido”, pois os sangramentos acontecem em uma velocidade muito lenta, de modo que o paciente, como vai sangrando aos poucos.

“Ele normalmente não sente esse sangramento, ele vai se adaptando até que esse sangramento atinge um certo volume e o paciente começa a ter sintomas”, afirmou.

A equipe médica de Lula disse, em coletiva de imprensa na manhã desta terça (10), que o presidente já havia absorvido um primeiro sangramento e acabou tendo um segundo. 

Próximos passos

A equipe médica de Lula afirmou que o presidente está falando e se alimentando normalmente e que o procedimento ocorreu sem sequelas. 

“O presidente evoluiu bem, já chegou da cirurgia praticamente acordado, foi extubado e encontra-se agora estável, conversando normalmente, se alimentando e deverá ficar em observação nos próximos dias”, afirmou o médico cardiologista Roberto Kalil, em coletiva.

Kalil também informou que Lula vai ficar mais 48 horas na UTI sob observação, algo comum em casos desse tipo, e também ficará com um dreno por mais alguns dias.  A previsão é que o presidente volte à à Brasília na próxima semana. 

Espíndola explica que após retirar o dreno e foi liberado, o presidente deve passar por avaliações para avaliar se ele vai progredir ou regredir, no caso do hematoma. O neurocirurgião ainda ressalta que esse tipo de hematoma tem um um alto índice de resolutividade. 

“Mas é existe a possibilidade de voltar esse hematoma de ter uma recidiva, isso pode acontecer em cerca de 20% dos casos”, disse.




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