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Economia

Crédito desacelera, inadimplência elevada: os dados do BC que desanimaram os bancos

- 29/07/2025 11 Visualizações 11 Pessoas viram 0 Comentários
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A sessão da última segunda-feira (28) foi de queda para os bancões, que iniciam a sua temporada de balanços na próxima quarta-feira, com os dados de crédito ganhando destaque: Itaú (ITUB4) caiu 2,1%, Bradesco (BBDC4) recuou 0,77%, Banco do Brasil (BBAS3) perdeu 1,48% e Santander Brasil (SANB11) desvalorizou-se 0,38%.

Os dados do Banco Central mostraram queda em concessões de crédito em junho e inadimplência na máxima desde 2018.

O crescimento do crédito total atingiu 10,7% em relação ao ano anterior em junho (ou 1,6% no trimestre), 1,10 ponto percentual (pp) menor em relação a maio. Os empréstimos corporativos desaceleraram para 8,8% em relação ao ano anterior (2,10 pp menores em relação a maio, mas1,8% maiores no trimestre), enquanto os empréstimos individuais desaceleraram para 11,9% em relação ao ano anterior (0,50 pp menores em relação a maio, mas 1,5 pp maiores no trimestre).

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Os spreads, diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada do cliente, permaneceram estáveis em 20,4%, com os empréstimos individuais inalterados em 25,7% (1,00 pp maiores no trimestre), enquanto os empréstimos corporativos subiram 0,10 pp em relação ao mês anterior, para 9,0% (e 0,60 pp maiores no trimestre). Os empréstimos inadimplentes com prazo superior à 90 dias subiram 0,10 pp em relação ao mês anterior, para 3,6% (0,30 pp a mais no trimestre), com as pessoas físicas subindo 0,10 pp, para 4,3% (ou 0,40 pp no trimestre) e os corporativos estáveis em 2,4% (mas 0,20 pp a mais no trimestre).

O Bradesco BBI apontou que os números de junho mostraram deterioração contínua na qualidade dos ativos, com uma deterioração entre as pessoas físicas no 2T25, principalmente em empréstimos pessoais (0,80 pp a mais no trimestre), cartões de crédito (0,70 pp a mais), empréstimos rurais (0,70 pp a mais), financiamentos de veículos (0,50 pp a mais) e empréstimos para PMEs (0,40 pp a mais).

“Como resultado, os bancos com maior exposição a esses produtos pareceram sofrer mais pressão em relação às despesas com provisões”, aponta a equipe de análise.

Do lado positivo (embora esperado), os novos empréstimos inadimplentes diminuíram no 2T25, devido principalmente a uma comparação difícil com o desempenho sazonalmente mais fraco do 1T25. A exceção foram os empréstimos rurais, que, apesar de estáveis em relação ao mês anterior, permaneceram em uma máxima histórica de 2,9%, levando a uma deterioração ainda pressionada de 1,40 pp no trimestre.

O BBI também nota uma desaceleração nos grandes empréstimos corporativos e individuais, enquanto os empréstimos para PMEs aceleraram ligeiramente, com spreads saudáveis em geral.

A Genial Investimentos também ressalta que o crédito rural segue como principal fonte de preocupação, uma vez que a inadimplência da linha subiu pelo quarto mês consecutivo. “O cenário é especialmente desafiador para o Banco do Brasil [BBAS3], cuja carteira tem cerca de um terço de exposição ao setor (cerca de R$ 406 bilhões)”, avalia.

Olhando para frente, o Goldman Sachs aponta esperar que as condições de crédito continuem a enfrentar obstáculos nos próximos meses, devido às condições monetárias restritivas e à moderação do crescimento e da dinâmica do mercado de trabalho. “Por outro lado, o ativismo dos bancos públicos em relação aos empréstimos e a nova linha de crédito com garantia de folha de pagamento devem sustentar o ciclo de crédito”, avalia o banco.

O Itaú BBA ressalta, após uma última semana reunidos com investidores internacionais, que o entusiasmo por adicionar ações do setor financeiro brasileiro foi menor do que em viagens anteriores neste ano.

“A maioria dos nomes do setor financeiro já apresentou bom desempenho no acumulado do ano, e o equilíbrio do prêmio de risco está mudando. Percebemos que a maioria dos investidores estava ou consolidando os lucros acumulados, rotacionando para ações com beta mais baixo ou simplesmente aguardando novos desdobramentos antes de adicionar novamente”, aponta o BBA.




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