Os advogados que representam parte dos credores da Light decidiram entrar hoje com um pedido de investigação pela CVM do diretor de Relações com Investidores da companhia, Ricardo Gotilla. Na visão dos representantes dos debenturistas, o executivo falha com sua responsabilidade de prezar pela transparência do processo de negociação da empresa com os credores, o que arranha a governança da companhia. Essa acusação se baseia no fato de que a Light pediu a suspensão da eficácia das Assembleias Gerais de Debenturistas (AGD) e foi atendida: a Justiça do Rio estabeleceu o sigilo no processo da companhia. “A recuperação judicial da Light é um processo essencialmente público e impedir o mercado de capitais de acompanhar um caso é uma violência muito grande’, defende um dos interlocutores ouvidos pelo IM Business. IM Business Newsletter Quer ficar por dentro das principais notícias que movimentam o mundo dos negócios? Inscreva-se e receba os alertas do novo InfoMoney Business por e-mail. A ação foi tomada na véspera de uma reunião marcada entre os advogados dos credores, bancos e representantes da companhia, em São Paulo. Esse encontro foi marcado para discutir o plano divulgado pela Light, na semana passada, que tem por objetivo concluir a negociação com os credores e viabilizar a suspensão da Recuperação Judicial, em um prazo de 30 dias. “Parece que tem um senso de urgência aparecendo”, diz uma das fontes. A primeira leitura dos advogados é que esse plano poderia ser uma “cortina de fumaça”, e não um movimento concreto para avançar nas negociações da dívida, estimada em R$ 11 bilhões. “Impossível fechar um acordo em 30 dias”, diz a fonte que participa das negociações. Ao mesmo tempo, é importante que a empresa emita sinais de que quer avançar nesse entendimento com os credores e de que está perto de encerrar o processo de RJ para evoluir na negociação de renovação da concessão, que vence em junho de 2026. A Agência Nacional de Energia Elétrica tem até 2024 para tomar essa decisão. E o risco é que a condição atual de Recuperação Judicial da companhia acabe pesando de forma contrária à renovação. Sem ela, a capacidade de pagamento da empresa ficaria ainda mais comprometida. Na ação junto à CVM, os representantes dos credores também alegam que a companhia não está cumprindo as exigências feitas pelo Ministério de Minas e Energia. “ Não há nem sinal de cumprimento um dos principais pré-requisitos, que é a capitalização da companhia”, diz o interlocutor. |
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