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Judiciário

De olho em 2026, Ratinho Júnior nomeia aliado de Deltan em secretaria estratégica

- 26/05/2025 3 Visualizações 3 Pessoas viram 0 Comentários
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O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), dará posse nesta segunda-feira (26) a Valdemar Jorge como novo secretário de Justiça do estado. Filiado ao Partido Novo, Jorge é aliado próximo do ex-deputado federal Deltan Dallagnol e sua nomeação é vista por interlocutores como um gesto político de aproximação entre o governador e a sigla, especialmente com vistas à formação da chapa majoritária para a sucessão estadual em 2026.

Advogado e com trajetória na administração pública, Valdemar Jorge já integrou o governo Ratinho Júnior em diferentes momentos. Entre 2019 e 2022, foi titular da Secretaria de Planejamento e, mais recentemente, ocupava o posto de secretário de Desenvolvimento Sustentável, do qual se afastou em abril para se preparar para as eleições municipais. Inicialmente, ele cogitava ser vice na chapa encabeçada por Dallagnol à Prefeitura de Curitiba — plano que ambos abandonaram em nome do apoio ao atual prefeito e afilhado político de Ratinho, Eduardo Pimentel (PSD).

Em nota, o Partido Novo elogiou a escolha de Valdemar Jorge, destacando seu alinhamento com os princípios da legenda. “Valdemar carrega valores claros e inegociáveis. Sua nomeação é motivo de orgulho para o Novo, mostrando que é possível fazer política com competência, princípios e responsabilidade com o dinheiro público”, afirmou o comunicado.

Deltan se aproxima de Ratinho, enquanto Moro se opõe

A nomeação fortalece a aproximação entre o Novo e Ratinho Júnior, que já atuaram juntos nas eleições municipais de 2024 em Curitiba. Nos bastidores, a articulação entre o governador e a legenda inclui planos mais ambiciosos: lançar Deltan Dallagnol ao Senado Federal em 2026, em uma das duas vagas que deverão estar em disputa — com apoio explícito do grupo político de Ratinho.

Cassado em maio de 2023, o ex-procurador da Lava-Jato perdeu seu mandato com base na Lei da Ficha Limpa. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entendeu que Deltan deixou o Ministério Público para escapar de possíveis punições. A decisão, contudo, não menciona se ele estaria ou não impedido de concorrer no período de oito anos, o que também é objeto de discordância entre especialistas. Por este motivo, o Novo pagará para ver se sua candidatura será impugnada.

Enquanto isso, nomes cotados para suceder Ratinho Júnior incluem o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, o vice-prefeito Eduardo Pimentel, o secretário estadual das Cidades, Guto Silva, e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Alexandre Curi — todos ligados ao grupo do governador. Deltan, mesmo que não esteja diretamente na disputa pelo Palácio Iguaçu, deverá apoiar o nome escolhido por Ratinho, consolidando uma aliança estratégica.

Por outro lado, o senador Sergio Moro (União Brasil), ex-juiz da Lava Jato, permanece distante do núcleo político que orbita em torno de Ratinho. Considerado desafeto do governador, Moro não é cogitado para nenhuma composição na chapa de 2026, marcando mais uma vez o distanciamento entre os antigos protagonistas da operação.

Essa divisão já havia ficado evidente nas eleições municipais de 2024 em Curitiba: enquanto Deltan e o Novo selaram aliança com Pimentel, Moro apoiou o candidato Ney Leprevost (União Brasil), lançando sua esposa, Rosangela Moro, como vice. A chapa, no entanto, terminou em quarto lugar na disputa.




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