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Esportes

Defesa de Dudu cita ‘interferência e falta de isenção’ em punição ao jogador

- 20/07/2025 6 Visualizações 5 Pessoas viram 0 Comentários
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A defesa do jogador Dudu, do Atlético-MG, manifestou-se duramente contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) tomada na última sexta-feira, que suspendeu o atleta por seis jogos e aplicou uma multa de R$ 90 mil. Com isso, o atacante não pôde atuar contra o Palmeiras, neste domingo, em partida válida pela 15ª rodada do Brasileirão.
Dudu, que deixou o clube alviverde após o Brasileirão de 2024 rumo ao Cruzeiro, envolveu-se em uma polêmica com a presidente Leila Pereira. Em publicação nas redes sociais, ao lado de diversos troféus, ele criticou a empresária palmeirense e finalizou com a frase “Me esquece VTNC”.
A mandatária abriu um processo contra o ex-jogador, acusando-o de misoginia. Segundo Leila, o atacante do Atlético-MG se manifestou daquela forma apenas pelo fato de ela ser mulher. O STJD decidiu a favor da presidente, o que desagradou profundamente a defesa de Dudu. O estafe jurídico do atleta se manifestou, citando parcialidade nas decisões, por meio de um pronunciamento oficial.
A decisão, proferida por unanimidade pela 5ª Comissão Disciplinar, é de primeira instância, cabendo recurso ao Pleno do STJD. O atleta foi denunciado com base no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata da punição para quem praticar ato discriminatório.
No julgamento realizado na manhã de sexta-feira, apenas Leila esteve presente. “A punição aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva é histórica e representa uma vitória para todas nós, mulheres, que somos covardemente agredidas e desqualificadas todos os dias”, celebrou a presidente do Palmeiras.
“Esta pena tem caráter pedagógico, pois passa um recado claro para o mundo do futebol e para toda a sociedade: a violência contra a mulher é inaceitável e deve ser coibida com punições rigorosas. Nós não vamos nos calar”, acrescentou.
O QUE DIZ A DEFESA DE DUDU
A defesa do atleta expressou indignação em relação à decisão. “É mais do que uma omissão: é sintoma claro de interferência e ausência de isenção”, diz o comunicado oficial, referindo-se a uma foto da auditora do STJD, Renata Mendonça, que participou do julgamento, ao lado das advogadas Danielle Maiolini e Valentina Kalaf, representantes de Leila.
A equipe jurídica de Dudu entrou com pedido de efeito suspensivo para que o jogador pudesse atuar no Allianz Parque neste domingo, mas não obteve resposta a tempo.
A reportagem do Estadão procurou o STJD para comentar as declarações da defesa de Dudu, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Confira abaixo o pronunciamento oficial completo da defesa de Dudu:
“O recurso foi apresentado com pedido de efeito suspensivo há mais de 48 horas — e até agora, nenhuma decisão. Essa demora não tem precedente.
É mais do que uma omissão: é sintoma claro de interferência e ausência de isenção. O que agrava ainda mais a situação é a foto publicada no dia do julgamento, em que aparece a auditora do STJD que integrou o colegiado, ao lado das advogadas da presidente do Palmeiras — parte diretamente interessada no resultado.
O slogan estampado? ‘Mulheres ocupando espaços no esporte e no mundo.’
Quando o julgamento trata justamente de um caso que envolve narrativa de gênero, e o discurso público das julgadoras ecoa o da acusação, a imparcialidade desaparece. A verdade é que há processo cível e criminal em curso pelas duas partes.
O caso nem sequer deveria ser decidido no STJD, pois tudo ocorreu fora de campo e entre pessoas físicas — tanto é que a ação ajuizada por Leila foi pelo CPF dela e não pelo CNPJ do clube. Mas o que se viu foi uma condenação construída num ambiente simbólico incompatível com a Justiça — e um efeito suspensivo inexplicavelmente parado.
Com isso, Dudu não irá jogar. Jogo de Cartas Marcadas. Essa imagem é mais do que uma foto. É a afronta ao devido processo legal, à defesa e à integridade do futebol brasileiro. Causa indignação!”




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