Depois da oferta da J&F pela Braskem (BRKM5), a expectativa do mercado é de que o próximo movimento no jogo da negociação para a venda da petroquímica deve ser feito pela dupla Apollo/Adnoc. Juntos, o fundo americano e a petroleira estatal dos Emirados Árabes reafirmaram a proposta pela Braskem no fim de junho e, na visão dos especialistas, o posicionamento dos demais interessados torna o cenário mais claro para que as condições dessa oferta sejam ajustadas. Para João Luiz Zuñeda, sócio consultoria MaxiQuim, os termos da proposta feita pela J&F nesta quarta-feira (12) vão ao encontro da tese de que o próximo passo nas negociações será dado pela dupla estrangeira. A J&F ofereceu os mesmos R$ 10 bilhões que haviam sido propostos pela Unipar (UNIP6), mas sem garantir a participação da Novonor – atual controladora da Braskem – no negócio. Na visão de Zuñeda, com isso, a J&F evitou “puxar o preço para cima”, uma vez que há grande chance de um reposicionamento de Apollo/Adnoc – detentores de um grande bolso. Uma importante diferença entre as ofertas das duas companhias brasileiras é que, enquanto a J&F oferece o pagamento em dinheiro, a Unipar precisa de financiamento. Parte desses recursos viriam, inclusive, dos mesmos bancos que hoje buscam a venda da Braskem para receber o pagamento pela dívida estimada em R$ 15 bilhões. Masterclass As Ações mais Promissoras da Bolsa Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita “J&F e Apollo/Adnoc têm mais fôlego para entrar nessa disputa, e por isso acho que há espaço para que o valor das ofertas suba”, afirma Zuñeda. A oferta de R$ 10 bilhões feita por Unipar e J&F representa um “haircut” (desconto) de cerca de R$ 5 bilhões na dívida de R$ 15 bilhões que está nas mãos dos bancos. O argumento das potenciais compradoras é que o preço oferecido parece adequado, diante do valor atual de mercado da companhia. Já as instituições credoras – Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES – têm insistido em um valor mais alto. Outra variável importante agora é o posicionamento da Petrobras (PETR4), que tem direito de preferência e também a tag along. Ou seja, pode decidir comprar a parte da Braskem hoje detida pela Novonor – o que seria uma reestatização da companhia petroquímica; e também poderia vender seus papéis ao preço ofertado à Novonor. Para Zuñeda, o que parece mais provável é que a estatal opte por manter sua participação no negócio e se associe a uma das grandes companhias que disputam o ativo. O governo já manifestou interesse em atuar no sentido de alcançar o novo ciclo petroquímico no Brasil, e para isso seria desejável ter um parceiro forte ao lado da Petrobras. “Essa negociação em curso é algo grande, que pode viabilizar um salto do Brasil no mercado global. Por isso seria importante que a opção não seja pela reestatização da Braskem”, afirma o especialista. |
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