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Economia

Depois da tempestade, a euforia? O que explica o ânimo da Bolsa no 1º pregão do mês após um agosto bem negativo

- 01/09/2023 16 Visualizações 16 Pessoas viram 0 Comentários
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Após um agosto de queda de mais de 5% para o Ibovespa, o índice registra uma sessão de euforia nesta sexta-feira (1), inaugurando setembro no positivo.

Às 13h13 (horário de Brasília), o Ibovespa avançava 1,58%, a 117.572 pontos, com uma combinação de fatores levando a alta do mercado acionário.

O início do dia já era de um ambiente mais positivo no exterior, refletindo as notícias de mais estímulos ao setor imobiliário na China e o avanço do PMI da segunda maior economia mundial à zona de expansão, conforme destacou a Ágora Investimentos.

Neste cenário, os preços futuros do minério de ferro registraram ganhos de 0,48% na madrugada em Dalian, cotados ao equivalente à US$ 116,49 por tonelada, o que inclusive puxou para cima a ação com maior participação no índice, a da Vale (VALE3). As ações subiam mais de 4% no início da tarde, também impulsionadas pela elevação de recomendação para equivalente à compra pelo JPMorgan.

Os principais contratos futuros do WTI e do brent subiam mais de 1% em meio a preocupações com a oferta, também impulsionando ações de petroleiras, como Petrobras (PETR3;PETR4).

Mais dados macroeconômicos impulsionaram o mercado.

No Brasil, o PIB subiu 0,9% ante o primeiro trimestre de 2023, bem acima da projeção de alta de 0,3% do consenso Refinitiv, e cresceu 3,4% frente o segundo trimestre de 2022 (ante projeção de alta de 2,7%).

“Veio acima da expectativa do mercado, de fato o agro devolveu parte do crescimento passado. Só que uma surpresa positiva foi o setor industrial, que vinha patinando, além do setor de serviços”, avaliou o analista-chefe Lucas Carvalho, da Toro Investimentos.

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Posteriormente, os EUA divulgaram o payroll (relatório de emprego), mostrando a criação de 187 mil vagas, acima do esperado. Contudo, houve revisão, para baixo, no resultado anterior, e a taxa de desemprego subiu (de 3,5% para 3,8%), elevando as apostas de fim de ciclo de alta dos juros americanos.

Na tarde desta sexta, a plataforma de monitoramento do CME Group mostrava que a probabilidade de que a referência dos Fed Funds seja mantida na próxima reunião do Fed era de 93%, ante 7% de uma alta de 0,25 ponto percentual. Ontem, as chances eram de 88% e 12%, respectivamente.

“Os dados vieram todos bons”, avalia o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, no sentido de reforçar as expectativas de suspensão do processo de alta dos juros dos EUA. “A taxa de desemprego veio maior, mostrando que há mais pessoas desempregadas, o ganho de salário caiu, o que tende a diminuir a inflação. Apesar de a geração de vagas ter vindo mais do que o previsto, o anterior foi revisado para baixo. Praticamente chancela expectativas de fim de ciclo de alta dos juros pelo Fed”, estimou Laatus. A projeção era de alta nos ganhos médios salariais de 0,3% frente julho e eles vieram em alta de 0,2%.

Segundo André Cordeiro, economista-sênior do Inter, embora o comportamento dos salários ainda possa preocupar o Federal Reserve porque continuam em patamares elevados, há sinais de que a política monetária está desacelerando o mercado de trabalho.

“A tendência é de esfriamento do mercado de trabalho… Acho que está posto para a próxima reunião (nos dias 19 e 20 de setembro) o Fed não fazer nada, pular essa decisão, esperar chegar em novembro para ter uma maior quantidade de dados disponíveis pra averiguar”, afirmou.

Enquanto isso, em outros segmentos, as variações são mais modestas. O dólar comercial caía 0,11%, a R$ 4,945 na compra e R$ 4,946 na venda, enquanto os principais contratos de juros futuros tinham alta.

A taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 marcava 12,395%, de 12,382% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 ia para 10,60%, de 10,521%, e o para janeiro de 2027 apontava 10,43%, de 10,346% no ajuste de ontem. O vencimento para janeiro de 2029 ia para 10,880%, de 10,824%.

Ainda no radar, estão as preocupações com a capacidade do governo de cumprir a meta de déficit zero em 2024 e também repercutindo o PIB acima das projeções. Sobre o fiscal, o mercado segue cético de que a meta de déficit fiscal zero será atingida. “Continuamos a entender que será difícil atingir o resultado primário zero em 2024”, diz a Warren Rena.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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